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Reforma da Previdência em números: os impactos no Espírito Santo

Reforma da Previdência em números: os impactos no Espírito Santo

Economia de R$ 6,47 bilhões em 10 anos dá alívio, mas na avaliação de especialistas e do próprio governo do Estado, mesmo expressivos, os números ainda são pequenos perto do tamanho do rombo existente na Previdência do setor público estadual

Publicado em 26 de abril de 2019 às 00:34

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(Divulgação/IPAJM )

As mudanças nas aposentadorias dos servidores públicos civis e militares, previstas no texto atual da reforma da Previdência, devem proporcionar ao governo do Espírito Santo uma economia de R$ 6,47 bilhões ao longo de 10 anos. O impacto local foi um dos dados abertos pelo governo federal ontem sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), após pressão de parlamentares.

Cálculos da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia, apontam que desse total, a maior parte - R$ 5,63 bilhões - correspondem ao que o Estado deixará de gastar com pagamentos de aposentadorias, pensões e demais benefícios dos servidores estaduais civis.

Os números, na avaliação de especialistas e do próprio governo do Estado, são expressivos, porém ainda são pequenos perto do tamanho do rombo existente na Previdência do setor público estadual hoje. Em 2018, o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPAJM) fechou o ano com um déficit de R$ 2,15 bilhões, valor que deve continuar crescente até 2030.

Para se ter uma ideia, a economia em 10 anos bancaria apenas três anos de aportes no IPAJM se os valores necessários continuassem no patamar atual. Já a economia nos quatro primeiros anos, de R$ 1,65 bilhão, não bancaria nem mesmo um ano de rombo.

Apesar de insuficiente para resolver o problema previdenciário, a reforma traria um gás para o Estado, já que a economia anual estimada na década é de, em média, R$ 647 milhões, ou seja cerca de 30% do déficit. Esse dinheiro, que sai do caixa do Tesouro estadual para ajudar a custear os benefícios, poderá ser empregado em outras áreas, como na realização de investimentos.

MUDANÇAS

Essa economia que será proporcionada ao Estado se dará principalmente por causa de mudanças como o aumento da idade mínima , que fará os servidores contribuírem por mais tempo antes de se aposentarem. No serviço público, homens precisarão ter 65 anos para passarem para a inatividade. Já as mulheres, 62 anos, assim como na iniciativa privada.

Outro fator que pesa nessa conta é a elevação automática da alíquota de contribuição dos servidores civis, que pelo texto, deverá ser elevada de 11% para 14% caso o regime previdenciário apresente déficit, o que é o caso do Estado. Haverão ainda alíquotas progressivas, que podem chegar até 22% de acordo com a faixa de renda do servidor, com descontos maiores para quem ganha mais.

Muda também a forma como será calculada o benefício dos servidores. Aprovado o texto atual, valerá a média de todas as contribuições realizadas pelos segurados ao longo da vida, não apenas os maiores salários de contribuição como é atualmente.

Para o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, a aprovação da reforma vai contribuir para equilibrar as contas dos Estados. “O modelo em que estamos ruiu. Estados e municípios têm dificuldades de prover necessidades básicas da população, de educação, de segurança, de infraestrutura. O orçamento é gasto com o pagamento de salários, aposentadorias e benefícios”, afirmou.

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