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Primeira fase da reforma administrativa não gera economia

Primeira fase da reforma administrativa não gera economia

Serão necessárias ainda medidas complementares para que se possa ter efeito nos gastos com pessoal

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 13:53

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Equipe do Ministério da Economia
Equipe do Ministério da Economia. (Reprodução/ Youtube)

BRASÍLIA - A reforma do funcionalismo público planejada pelo governo só deve ter efeito nas contas públicas após a aprovação de medidas complementares que ainda não foram encaminhadas ao Congresso.

Ministério da Economia não informou que não é possível prever a economia de gastos públicos com a proposta de reforma administrativa, cuja primeira etapa (que traz as linhas gerais) foi divulgada nesta quinta-feira (3).

A primeira etapa é uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) com a modernização da estrutura do serviço público no país, criando, por exemplo, novos regimes de contratações e mudanças organizacionais da administração pública.

De acordo com o secretário especial adjunto de Desburocratização do Ministério da Economia, Gleisson Rubin, o impacto da reforma na economia de gastos, porém, depende das próximas etapas a serem apresentadas.

O segundo e terceiro passos da proposta incluem mudanças na remuneração inicial de servidores, o tempo de permanência do servidor em cada carreira e as diretrizes para recomposição da força de trabalho.

Esses temas, que são sensíveis no Congresso, são necessários para calcular qual a estimativa de efeito da reforma nas contas públicas.

De acordo com Rubin, a Constituição ficaria muito engessada se o governo incluísse todos os detalhes da PEC na reforma. Por isso, pontos específicos como lista de cargos e salários serão apresentados por meio de projetos de lei.

Os projetos referentes às próximas etapas só devem ser encaminhados aos parlamentares após o governo avaliar que a PEC (primeira etapa) tenha avançado no Congresso.

Se a PEC for aprovada sem as demais propostas, entram em vigor medidas, por exemplo, de melhoria de governança, ampliação das parcerias entre entes públicos e privados e aumento da autonomia da Presidência da República para fazer alterações na estrutura da administração pública.

Mesmo com o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), líderes avaliam que a reforma terá dificuldades no Congresso neste ano. Por ser uma PEC, a proposta tem tramitação longa e depende de apoio de 60% da Câmara e do Senado. Um projeto como esse depende de uma ampla negociação política com partidos.

Outro fato citado nos bastidores do Legislativo é que, com a proximidade das eleições municipais, o assunto pode gerar desgaste, principalmente a deputados que tentam concorrer a prefeituras.

Técnicos do governo acreditam que a aprovação da reforma, em sua integralidade, demandará debates no Congresso até 2022.

A terceira -e última fase da proposta de reforma- é um projeto de lei complementar, que depende de maioria absoluta no Congresso- 257 votos na Câmara e 41 votos no Senado. Portanto, também não é simples construir acordos para aprová-lo.

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É nessa etapa que o governo pretende aprovar uma ampla reformulação nas carreiras e as diretrizes remuneratórias dos servidores.

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