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Guedes anuncia 'debandada' e saída de dois secretários da Economia

Guedes anuncia "debandada" e saída de dois secretários da Economia

Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização) pediram demissão, o primeiro por discordar da política de privatizações do governo, e o segundo pelo adiamento da reforma administrativa

Publicado em 11 de agosto de 2020 às 20:06

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O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta terça-feira (11) que sua equipe econômica sofreu "uma debandada".  Os secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e o de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, pediram exoneração nesta terça-feira (11). O ministro confirmou a informação aos jornalistas depois de se reunir com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RS).

Ministro da Economia Paulo Guedes Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre os pedidos de demissão de auxiliares. (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Segundo Guedes, Salim deixa o governo porque está insatisfeito com o ritmo das privatizações no governo. "O establishment não deixa. Não avançamos nas privatizações com a mesma velocidade do que na Previdência", disse Guedes.

Já Uebel pediu demissão por discordar da estratégia do governo federal de deixar parada a reforma administrativa, que faz uma reformulação do RH do Estado. Guedes disse que o "timing" da reforma, engavetada pelo presidente Jair Bolsonaro por mexer com o funcionalismo público, é "político".

As saídas são a quarta baixa recente na equipe econômica. Nas últimas semanas, Mansueto Almeida já havia deixado o Tesouro Nacional, Caio Megale deixou a diretoria de programas da Secretaria Especial da Fazenda e Rubem Novaes anunciou que deixará a presidência do Banco do Brasil.

Escolhido para ser secretário em novembro de 2018, o empresário Salim Mattar, um dos fundadores da Localiza, comandou a agenda de gestão de estatais, enxugamento de quadros de funcionários, e também a política de desinvestimento de empresas públicas, como a venda de participações. ?

A secretaria de privatizações assumiu as funções que eram do Ministério do Planejamento, que foi fundido à Fazenda.

Já Paulo Uebel, assim como Caio Megale, que também já deixou a pasta, veio do governo de João Doria (PSDB), quando o tucano ainda era prefeito da cidade de São Paulo.

O advogado gaúcho Uebel foi secretário de Gestão de Doria e também foi presidente-executivo do Lide, empresa de eventos fundada pelo governador de São Paulo, e foi diretor do Instituto Millenium, um think tank de difusão de ideias liberais, onde se aproximou de Guedes.

A ida de Uebel para a esfera federal era uma tentativa de implantar em maior escala o que iniciou na Prefeitura de São Paulo em 2017 e 2018: um programa de enxugamento de gastos da máquina pública, com renegociação de contratos, corte de gastos considerados desnecessários e controle de produtividade de funcionários públicos.

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Com informações de FolhaPress e Agência Estado.

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