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Publicado em 11 de outubro de 2024 às 14:05
Mais de dois mil sites e aplicativos de apostas esportivas on-line considerados irregulares no Brasil começaram a ser banidos de forma definitiva no país nesta sexta-feira (11). Ao todo, são mais de 20 mil empresas apontadas pelo Ministério da Fazenda para encerramento das operações. >
As bets, como são popularmente conhecidas, que não solicitaram regularização ou que foram barradas pela Fazenda, representam cerca de 90% das empresas que atuam no país no ramo das apostas.>
Na quinta-feira (10), a Agência Nacional de Telecomunicações começou a notificar as empresas de telefonia para que o acesso às bets irregulares seja interrompido. Confira a lista abaixo:>
Do outro lado, outras 210 bets representadas por 96 empresas estão liberadas para que funcionem até o fim do ano no país. Confira a lista abaixo:>
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Em dezembro, o Ministério da Fazenda deve concluir a análise dos primeiros pedidos de autorização para operação de forma definitiva e, em janeiro de 2025, as empresas terão de pagar R$ 30 milhões para que continuem funcionando, seguindo o mercado regulado de apostas elaborado pela pasta nacional. A partir daí, as empresas devem seguir regras de combate à fraude, lavagem de dinheiro e publicidade abusiva. >
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a partir desta sexta, começa a vigorar efetivamente a lei da maneira como foi aprovada pelo Congresso Nacional. “Quem não está regular, nem em processo de regularização, sai do ar”, explicou o ministro. As empresas que não estão na lista positiva, mas ainda querem atuar no mercado, precisam enviar a documentação necessária para obter autorização definitiva. >
A Fazenda tem o prazo de 150 dias para se manifestar a respeito, e as empresas têm mais 30 dias para pagar a outorga, totalizando 180 dias. “Ao contrário das que estavam no ar até agora, elas só vão poder entrar no ar após autorizadas”, afirmou Haddad.>
Segundo Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, a medida tem como foco a integridade dos apostadores.>
“Somente as empresas regulares permanecerão de pé. O próprio usuário precisa ter essa consciência. Estamos fazendo um trabalho de divulgação de quais sites respeitam as regras brasileiras, vão cumprir as leis e vão proteger, em alguma medida, os usuários, e quais não. Além de tirar o dinheiro dos sites que não estão regulares, façam suas apostas de maneira responsável e para seu lazer, nos sites regulares”, disse. Dario lembrou que, mesmo após a derrubada dos sites, continuará sendo de responsabilidade das casas de apostas garantir os meios para que os apostadores possam levantar os depósitos a que tenham direito.>
Segundo Régis Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, será realizado um trabalho permanente de monitoramento para que os sites não voltem a atuar no Brasil. “É um primeiro passo muito importante que será aprofundado e será de contínua atuação tanto da SPA quanto de outros órgãos do governo para proteção, sobretudo, dos apostadores e da economia popular”, disse o secretário.>
Régis Dudena
Secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da FazendaSegundo Régis, as empresas que não constam na lista positiva do Ministério da Fazenda estão proibidas até mesmo de fazer publicidade, o que incluim, por exemplo, o patrocínio de clubes de futebol.>
O secretário lembrou que as empresas autorizadas a funcionar até dezembro também vão ser monitoradas, uma vez que elas estão em um “período probatório”, enquanto aguardam toda a documentação ser analisada para o processo de autorização definitivo. As empresas que infringirem qualquer lei vigente no Brasil, como Código de Defesa do Consumidor e Estatuto da Criança e Adolescente, correm risco de não obter a outorga para funcionar, a partir do próximo ano.>
“As empresas que estão atuando se corresponsabilizam por suas atitudes. Mesmo quem está na lista positiva atual também está sendo analisada e todo o comportamento destas será levado em consideração até o momento da decisão final sobre a autorização definitiva”, alertou.>
Segundo o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, o tempo para a execução do bloqueio dependerá das medidas empregadas pelas prestadoras, conforme suas especificidades. “Cada empresa vai tomar suas medidas técnicas e vamos monitorar para garantir que este bloqueio seja feito de forma efetiva e o mais rápido possível”, garantiu Baigorri. >
De acordo com Carlos, o cidadão também deve se posicionar diante dos sites ilegais, comparando os mercados de apostas ilegais com o de contrabando de cigarros e produtos falsificados que atentam contra a população. “Quando um cidadão faz as apostas em um ambiente regulado, ele está contando com toda a proteção do Estado que criou este ambiente justamente para garantir seus direitos. Em um ambiente não regulado, ele está correndo riscos”, frisou.>
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