Publicado em 25 de outubro de 2021 às 18:19
Vindo de perdas de 1,34% e 2,75% nas duas sessões anteriores, o Ibovespa conseguiu recuperação parcial nesta abertura de semana, tendo encerrado o intervalo anterior em retração de 7,28%, maior mergulho semanal desde o auge da percepção de risco sobre a pandemia, em março de 2020. Nesta segunda-feira (25), o índice de referência da B3 subiu 2,28%, aos 108 714,55 pontos, entre mínima de 106.295,68 e máxima de 109.371,98 pontos, saindo de abertura aos 106.297,51 pontos. O giro foi de R$ 37,9 bilhões na sessão e, no mês, o Ibovespa limita a perda a 2,04% - no ano, ainda cede 8,66%. >
Desde a manhã, o desempenho do Ibovespa foi impulsionado pelas ações da Petrobras (ON +6,13%, PN +6,84%), segurando a ponta positiva do índice, em movimento conduzido a princípio por novo reajuste de preços tanto na gasolina como no diesel, a partir desta terça-feira (26). A informação de que o governo estuda vender ações e perder maioria na estatal, segundo apurou a rede CNN, contribuiu para que as ações da empresa acentuassem a alta depois do meio da tarde, levando o Ibovespa acima dos 109 mil pontos nos melhores momentos da sessão.>
"Com os investidores em busca de pechinchas após a derrocada recente e a forte alta das ações da Petrobras, o Ibovespa retornou para a faixa de 109 mil pontos", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, destacando também a queda do dólar na sessão (-1,27%, a R$ 5,5557 no fechamento), em dia de moderado avanço para a cotação do Brent, perto de US$ 86 por barril.>
Além de Petrobras, outro setor de peso, a siderurgia, esteve entre os campeões do dia, com ganhos de até 5,13% (Metalúrgica Gerdau) na sessão, com alívio nos preços das commodities metálicas em meio ao refluxo dos temores quanto ao setor imobiliário chinês, acrescenta Ribeiro.>
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"A semana é recheada de eventos no Brasil, com destaque para o Copom e dados de emprego - Caged, Pnad - além de números sobre a inflação, como IPCA-15, IGP-M. Houve mudança radical para o Copom de outubro, na semana passada, saindo de 90% de possibilidade para alta de 1 ponto porcentual para a faixa de 15%", diz João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos. Tal expectativa maior para a Selic em outubro contribuiu para colocar o setor de bancos, ainda muito descontado no ano, em alta de até 2,08% (BB ON) para as maiores instituições, no fechamento de desta segunda.>
"Embora ainda haja tensões a respeito do risco fiscal, assim como o futuro do teto de gastos, segue também no radar dos investidores a posição do Banco Central com a Selic na quarta-feira após o fechamento do mercado", observa em nota a Terra Investimentos. Diante da recente sinalização sobre o fiscal, a expectativa é de que a decisão e a mensagem do BC sejam mais enfáticas com relação à meta do próximo ano e a trajetória da taxa básica de juros: a expectativa é de que o aumento da Selic seja de 1,25 ou mesmo de 1,50 ponto porcentual nesta quarta-feira.>
De acordo com o Projeções Broadcast, 36 de 43 instituições financeiras, o correspondente a 84% da amostra, esperam alta da Selic de 1,25 ponto porcentual ou mais nesta reunião de outubro>
"O cenário ficou bem conturbado na semana passada por conta da flexibilização do teto de gastos, com muitos resultados corporativos importantes nesta semana, entre as quais blue chips Para o Copom, a alta de 1 ponto estava precificada na ata, porém agora, com esse quadro fiscal novo, espera-se aumento de 1,25 a 1,50 ponto porcentual, com estimativa de juros já próxima a 11% para o ano que vem, como forma de conter a inflação, trazendo também algum estímulo para o estrangeiro", diz Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos.>
Na ponta negativa do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Suzano (-2,52%), Yduqs (-1,32%) e BRF (-1,27%).>
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