> >
Bolsonaro promete rever decreto que restringe aplicativos de ônibus

Bolsonaro promete rever decreto que restringe aplicativos de ônibus

Em um  encontro com uma comitiva, o presidente prometeu analisar a revogação do decreto 2521/1998 que determina o chamado "circuito fechado"

Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 17:15

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Presidente da República, Jair Bolsonaro, em evento voltado ao turismo em Brasília
Presidente da República, Jair Bolsonaro, em evento voltado ao turismo em Brasília. (Isac Nóbrega)

O embate entre fretadores e aplicativos de transporte rodoviário, como o Buser, versus as companhias regulares ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira, 2. Uma comitiva formada por proprietários de pequenas e médias empresas de ônibus que oferecem fretamento colaborativo de viagens foi recebida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. No encontro, o presidente prometeu analisar a revogação do decreto 2521/1998 que determina o chamado "circuito fechado" (venda de viagens de ida e volta obrigatória para o mesmo grupo de passageiros no fretamento).

A briga é longa e hoje a Buser está impedida de operar no Sul do País. Uma movimentação da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) para a regulamentação do fretamento intermunicipal no Estado deixou o setor em alerta e eles começaram a se movimentar. "Se o decreto estiver irregular eu revogo hoje ainda", disse o presidente aos presentes.

Bolsonaro fez, na sequência, uma chamada de vídeo com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e ao colocá-lo em contato com os líderes da manifestação, afirmou que precisavam estar perfeitamente sintonizados para tomar a decisão.

O grupo promove uma manifestação na manhã desta quarta-feira, em Brasília. Salomão de Souza Fernandes, representante do sindicatos de pequenos e médios fretadores do Pará, disse que "a manifestação é um apelo aos Três Poderes pela modernização das regras do setor de transportes". Segundo ele, as regras atuais beneficiam as empresas tradicionais de ônibus e impõem restrições contra o sistema de fretamento.

Marcelo Abritta, CEO da Buser, também participou da manifestação. "O sistema de fretamento por aplicativos é a inovação do setor, oferecendo mais qualidade no atendimento e viagens por preços muito mais baixos, permitindo acima de tudo o direito de escolha ao consumidor", disse Abritta.

Os manifestantes buscam ainda agendas com a Secretaria Nacional de Transportes Terrestres e com a ANTT, e já têm agendas confirmadas com o Ministério do Turismo e com o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, além de parlamentares.

Uma consulta pública na Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), fechada no último dia 30, tem tirado o sono de companhias como a Buser, que oferecem serviço de transporte em ônibus via aplicativos. A agência debate uma portaria que trata da regulamentação da prestação do serviço intermunicipal de transporte coletivo de passageiros sob o regime de fretamento, modalidade em que a Buser se enquadra hoje. Não há previsão de quando o texto final ficará pronto, mas a versão apresentada na consulta inviabilizaria o negócio de grupos como a Buser em São Paulo.

De um lado, companhias prestadoras de serviço regular alegam que os aplicativos representam uma concorrência desleal. Do outro, representantes das entrantes dizem que o modelo hoje inviabilizaria totalmente o negócio dentro do Estado e seria um mero protecionismo.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais