Publicado em 29 de julho de 2020 às 16:01
O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou, nesta quarta-feira (29), o lançamento da cédula de R$ 200,00, que terá como personagem o lobo-guará. A autarquia não divulgou imagem da nova cédula.>
A nova cédula do real deverá entrar em circulação a partir do final de agosto. A previsão é que sejam impressas 450 milhões das novas cédulas em 2020. O Banco Central gastará R$ 113,8 milhões a mais do que o previsto no orçamento anual para a produção das novas notas e para a produção de mais cédulas de R$ 100.>
Ao todo, são 8,32 bilhões de cédulas em circulação. Atualmente, o país tem seis tipos de cédula: de R$ 2, R$ 5, R$ 10, R$ 20, R$ 50 e R$ 100, o maior valor de face de nota de real, com 1,71 bilhão de unidades.? >
Desde 2002, com o lançamento da nota de R$ 20,00, o BC não havia colocado novos valores de face de cédulas em circulação.>
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Na manhã desta quarta, o BC informou que de fevereiro antes da pandemia para junho o Papel Moeda em Poder do Público (PMPP) saltou 28,9%, de R$ 210,227 bilhões para R$ 270,899 bilhões. Este é o maior valor da série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001. >
Com a pandemia, observamos o aumento do entesouramento [quando o dinheiro fica parado na mão das pessoas]. Com isso, estamos nos antecipando para atender demandas futuras, disse a diretora de Administração do BC, Carolina Barros, em entrevista coletiva na tarde desta quarta.>
Segundo ela, as notas não entrarão todas em circulação de uma vez, mas de forma gradual. Vamos observar a necessidade de papel-moeda e como serão as primeiras entregas.>
A nota de R$ 200 está em fase final de testes de impressão. A diretora afirmou que o BC já estudava criar a cédula e, mesmo após a normalização da demanda por cédulas, não pretende tirar o novo valor de face e circulação.>
Segundo ela, não há falta de cédulas. O BC entende que a quantidade de cédulas em circulação é adequada, não há falta de papel-moeda.>
A Folha mostrou, entretanto, que, além das filas, a escassez de cédulas travou a liberação do auxílio emergencial de R$ 600 em maio e levou a Caixa Econômica a limitar os saques. Até hoje, quem recebe benefícios emergenciais pelo aplicativo da instituição tem que aguardar alguns dias para fazer a retirada em dinheiro.>
De acordo com o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o aumento da base monetária, que é a quantidade de dinheiro na economia, já vinha sendo observado nos últimos meses. Com isso, aumentou a procura por papel-moeda, principalmente com o pagamento dos auxílios emergenciais, pontuou.>
Ele explicou que a medida não tem efeito inflacionário. Não há relação direta da expansão da base com a inflação, que continua baixa, estável, sem que cause perspectiva de elevação, avaliou.>
Carolina Barros justificou que em pesquisa realizada em 2018, 60% da população alegou utilizar dinheiro físico como principal meio de pagamento (57% entre lojistas).>
Para ela, o lançamento da cédula não concorre com a agenda de inovações em meios de pagamentos do BC. Se notarmos que a demanda por dinheiro diminuiu, vamos retirar papel-moeda de circulação gradualmente, como sempre foi feito.>
Em novembro, começará a funcionar o sistema de pagamentos instantâneos da autoridade monetária, chamado de PIX, que tem como um dos objetivos diminuir o uso de dinheiro físico.>
Sobre o design, a imagem impressa é captada por meio de foto, feita pela equipe do BC.>
Em 2001, fizemos uma enquete com a população com uma lista de animais em extinção para que elas escolhessem qual elas gostariam de ver estampados nas cédulas. Em primeiro lugar ficou a tartaruga-marinha, que está na nota de R$ 2, em segundo o mico-leão dourado, que foi para a de R$ 20 e em terceiro lugar ficou o lobo-guará, contou Barros.>
As imagens da cédula só serão divulgadas em agosto, no lançamento oficial, por questões de segurança.>
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