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Alta de preços é setorial e transitória, diz Guedes

Alta de preços é setorial e transitória, diz Guedes

Para o ministro, o fim de programas emergenciais implementados na pandemia do novo coronavírus vai reverter a trajetória de crescimento da inflação

Publicado em 6 de novembro de 2020 às 18:51

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Paulo Guedes, ministro da Economia do governo Bolsonaro
Ministro da Economia, Paulo Guedes, critica fundo de proteção aos Estados na reforma tributária. (Marcello Casal/Agência Brasil)

O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta sexta-feira (6) que o país vive uma alta setorial e transitória de preços. Para ele, o fim de programas emergenciais implementados na pandemia do novo coronavírus vai reverter a trajetória de crescimento da inflação.

Nesta sexta, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que a inflação de outubro ficou em 0,86%, patamar mais alto para o mês desde 2002. O grupo com maior elevação foi o de alimentos e bebidas.

Na avaliação de Guedes, o sucesso do auxílio emergencial pago a informais aumentou fortemente o poder de compra das classes mais baixas, criando uma demanda vigorosa por alimentos e materiais de construção.

"Esses gastos adicionais criaram uma alta transitória e setorial de preços", disse, em evento virtual promovido pelo banco Itaú. "Estamos trabalhando para impedir que os efeitos sobre a inflação se perpetuem e para garantir que os efeitos sobre a atividade econômica se sustentem".

Guedes afirmou que a aprovação da autonomia formal do BC (Banco Central) é um passo importante para evitar que altas pontuais desse tipo se transformem em permanentes. O texto foi aprovado pelo Senado, mas ainda depende de análise da Câmara.

Para o ministro, será necessário aprovar reformas estruturantes para que seja mantido o fôlego observado na economia com o pagamento do auxílio. "A resposta para isso é investimento, melhora de ambiente de negócios e desbloqueio de marcos regulatórios", afirmou.

Guedes disse que não descarta a manutenção de alguns desses estímulos, mas não deixou claro sobre o que se referia.

Ele afirmou que deseja implementar o Renda Brasil e defendeu que a nova assistência seja fruto da unificação de programas sociais existentes hoje. A ideia, que incluiria a fusão do abono salarial, já foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Participantes do evento sugeriram que o governo privatize estatais deficitárias e use a economia de recursos para bancar o novo programa de transferência de renda.

"Podemos transformar estatais dependentes, podemos acelerar desinvestimentos e transformar em politicas sociais? É o nosso sonho", respondeu o ministro.

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