Graduado em Economia pela Ufes, com MBA em Gestão Financeira e Controladoria pela FGV e MBA em Digital Business pela USP. Atua há 15 anos no mercado financeiro e atualmente é diretor do Banestes.

O empreendedorismo e a sua capacidade de alavancar uma sociedade

O empreendedorismo gera empregos, impulsiona a inovação e promove inclusão social, tornando-se peça-chave no desenvolvimento econômico e comunitário

Vitória
Publicado em 30/09/2025 às 07h58

empreendedorismo desempenha um papel fundamental nas mudanças econômicas modernas. Além de criar negócios individuais, ele tem o poder de aumentar a renda, criar empregos e melhorar a qualidade de vida de comunidades inteiras. Ao promover a inovação e a dinâmica nos mercados, o empreendedorismo contribui para aumentos na produtividade que se refletem em benefícios para todos, desde o aumento da arrecadação fiscal até a expansão dos serviços públicos.

Um dos impactos imediatos do empreendedorismo é a criação de empregos. Segundo um estudo do Banco Mundial, a criação de "vagas de emprego mais numerosas e melhores" é crucial para combater a pobreza e estabilizar as sociedades. Nos próximos anos, cerca de 1,2 bilhão de jovens ingressarão no mercado de trabalho em todo o mundo. As projeções, contudo, indicam que menos da metade terá acesso imediato a empregos formais. Nesse contexto, o empreendedorismo surge como alternativa essencial para gerar ocupações e reduzir a lacuna entre oferta e demanda por trabalho.

Empreender é transformar ideias em impacto coletivo. Crédito: Imagem gerada pelo ChatGPT
Empreender é transformar ideias em impacto coletivo. Crédito: Imagem gerada pelo ChatGPT

A literatura internacional destaca que o empreendedorismo não traz benefícios apenas para os empreendedores. Quando um negócio prospera, toda a comunidade ao redor é impactada. Pequenas e médias empresas desempenham um papel vital na oferta de bens e serviços locais, impulsionando as cadeias de suprimentos, gerando demanda por insumos e movimentando o comércio regional. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) enfatiza que apoiar esses empreendimentos com financiamento acessível, regulamentação simplificada e treinamento em gestão resulta em um crescimento mais equilibrado e inclusivo.

Outro aspecto importante é a inovação tecnológica. Os empreendedores, ao buscar soluções para problemas reais, fomentam o desenvolvimento de novos produtos e serviços que aumentam a eficiência produtiva e reduzem os custos para toda a sociedade. Isso pode resultar em uma maior competitividade nacional e em benefícios para o bem-estar, seja por meio de serviços digitais mais acessíveis, seja por soluções sustentáveis que minimizam os impactos ambientais.

No entanto, existem desafios estruturais a serem enfrentados. Um relatório global do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), um dos maiores estudos internacionais sobre empreendedorismo, aponta um aumento no medo de fracassar, que passou de 44% para 49% entre os potenciais empreendedores de 2019 a 2024. Isso significa que quase metade das pessoas que pensam em empreender acaba desistindo por insegurança. Esse receio, juntamente com as dificuldades de acesso ao capital e a falta de redes de apoio, limita a criação de novos negócios, resultando em menos inovações, empregos e dinamismo econômico.

Além disso, a inclusão produtiva é uma questão importante. O estudo "The Missing Entrepreneurs" da OCDE estima que milhões de novos negócios poderiam surgir se mulheres, migrantes e jovens tivessem as mesmas oportunidades para empreender. Ao reduzir as barreiras de gênero, idade e origem social, o empreendedorismo se torna uma ferramenta de equidade, aproveitando melhor o capital humano e distribuindo de forma mais justa os benefícios do crescimento.

No Brasil, o Sebrae tem mostrado como o empreendedorismo pode impulsionar o desenvolvimento regional. Os pequenos negócios representam mais de 90% das empresas do país e são responsáveis por grande parte dos empregos formais. Isso demonstra como apoiar empreendedores significa, em última análise, sustentar a base da economia nacional.

Em resumo, o empreendedorismo deve ser visto como um motor de transformação econômica e social. Ele cria empregos, distribui renda, promove a inovação e fortalece a competitividade dos países e regiões. Mais do que histórias individuais de sucesso, o empreendedorismo é um esforço coletivo que pode impulsionar sociedades inteiras em direção a uma maior prosperidade, inclusão e qualidade de vida.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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