Administrador de Empresas (UERJ), pós-graduado em Engenharia Econômica (UERJ), certificado CFP® e Ancord. 21 anos de carreira no mercado financeiro, com passagens pelo atendimento Private, Alta Renda, Gestora de Recursos, Tesouraria e Educadoria Corporativa. Desde 2018, sócio da Pedra Azul Investimentos, escritório de assessoria de investimentos sediado em Vitória-ES.

Afinal, o Banco Central vai baixar os juros ou não?

Ata da última reunião do Copom, divulgada uma semana após a decisão de manter a Selic em 13,75%, e a decisão da CVM sobre a meta de inflação jogaram ainda mais gasolina nessa fogueira

Dia de decisão sobre taxa Selic tem sido um tanto previsível. Desde agosto de 2022, nossa taxa básica é a mesma, 13,75%, e a manutenção dos juros em patamar historicamente alto vem sendo sistematicamente defendido pelo Banco Central para que possa haver a convergência da inflação para a meta no seu devido tempo.

A ata, divulgada uma semana após a última decisão de manter novamente a Selic, trouxe uma novidade: houve divergência no comitê, composto pelos integrantes da diretoria do Bacen. E ainda, segundo a ata, houve predominância no comitê de que “a continuação do processo desinflacionário em curso... pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão”.

Em outras palavras, a maioria dos membros gostaria que o Copom (Comitê de Política Monetária) sinalizasse o início de um ciclo de baixa na taxa Selic. Neste momento, valeu a opinião da minoria que gostaria de ser mais prudente na comunicação. É provável que nesta minoria esteja o presidente do Bacen, Roberto Campos Neto.

Banco Central em Brasília
Banco Central, em Brasília. Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O comitê concorda em avaliar os próximos passos da evolução da dinâmica inflacionária para entender se haverá espaço para que os juros comecem a cair. De qualquer forma, é bom que o Banco Central seja prudente. Os juros altos penalizam a população, mas a inflação penaliza muito mais.

E, ontem, o Conselho Monetário Nacional, comitê com participação do ministro da Economia, Fernando Haddad, e do próprio presidente do Banco Central decidiu aumentar o horizonte de convergência da inflação, para período a ser determinado, em regime de meta contínua.

Em resumo, o Banco Central terá mais tempo para fazer a inflação convergir para a meta, que não seja o final do ano seguinte, como é hoje em dia. Na prática, essa mudança traz mais flexibilidade para a atuação do Copom em definir a taxa de juros e, sim, pode ser um fator crucial para que o Bacen comece a baixar os juros básicos, talvez a partir da próxima reunião. Portanto, aumentou a chance de que a Selic comece a cair na reunião de agosto.

O trabalho do Banco Central é difícil, porque, como gostamos de dizer, inflação no Brasil é assunto sério e costuma ser o início e o fim de muitos dos nossos problemas econômicos. Esperamos que as novas regras permitam que o Banco Central continue sendo diligente e confiável, atuando para que a inflação esteja controlada sem sufocar a economia e a geração de empregos.

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