Administrador de Empresas (UERJ), pós-graduado em Engenharia Econômica (UERJ), certificado CFP® e Ancord. 21 anos de carreira no mercado financeiro, com passagens pelo atendimento Private, Alta Renda, Gestora de Recursos, Tesouraria e Educadoria Corporativa. Desde 2018, sócio da Pedra Azul Investimentos, escritório de assessoria de investimentos sediado em Vitória-ES.

O que o investidor arrojado deve fazer em tempos de juros altos?

A crença de que todo investidor irá procurar a segurança da renda fixa quando os juros sobem despreza a existência de perfis de investidores tão diferentes entre si

Com Selic a 13,75%, o efeito de uma taxa tão alta é sentida em todo o mercado, incluindo as ações e os fundos Imobiliários, ativos considerados mais arriscados. É um fato que os juros altos atraem muitos investidores que preferem, nessas circunstâncias, garantir uma boa rentabilidade sem riscos.

O mito é achar que os juros mudam a posição de todos os investidores. Os conservadores, por exemplo, não irão, agora, para investimentos de baixo risco porque, na verdade, nunca saíram de lá. Para o investidor conservador, não importa qual é a taxa básica  — e se essa taxa é alta ou baixa. O seu objetivo é apenas maximizar seu retorno sem riscos. Os investimentos voláteis não o atraem, mesmo que possam ter um retorno maior.

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Conservador, moderado, arrojado: cabe a cada investidor se conhecer e ser fiel às suas características. Crédito: Shutterstock

O investidor moderado, por sua vez, transita mais entre investimentos de alto e de baixo risco. Uma taxa mais alta pode fazê-lo sair de posições mais voláteis. Ele pode, por exemplo, se tornar mais conservador com uma taxa mais alta ou mais arrojado com juros mais baixos e incentivos a ativos de risco. Não é uma regra, mas é uma tendência.

Podemos dizer que o investidor moderado é o fiel da balança nas oscilações de mercado. As carteiras dos moderados são muito diferentes entre si, com diversos tipos de estratégias e diferentes exposições à volatilidade.

Por sua vez, o arrojado raiz, aquele que gosta de risco, tem a visão de que ganhar juros é "perda de tempo". O arrojado suporta a volatilidade e está sempre alocado em ativos como ações. Para ele, ficar parado em cima da taxa básica de juros — ou qualquer outro indicador de renda fixa — é incômodo.

No caso de juros altos, o investidor arrojado geralmente vê oportunidade de seguir comprando ativos baratos, caso tenha disponibilidade de caixa para isso. Vender ativos de risco, quase nunca fará; no máximo, vai trocar de posição. Ele não quer se “arriscar", ironicamente, a perder a próxima alta da Bolsa.

É por isso que se diz que quando o mercado de Bolsa cai, as ações voltam para os seus verdadeiros donos, porque os moderados vendem para os arrojados. E os conservadores ficam de fora.

Se você acha que é um investidor arrojado, mas ficou incomodado com o Ibovespa andando de lado nos últimos anos e vendeu parte ou todas as suas ações e fundos imobiliários, sinto lhe informar que você, na verdade, não é um arrojado raiz e pode ser mais moderado do que pensava. E nada de errado há nisso. Se há 8 bilhões de pessoas no mundo, há 8 bilhões de perfis de investidor. Cabe a cada um conhecer a si mesmo e ser fiel às suas características, que são únicas.

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