Atua no mercado financeiro desde 2017. É assessor de investimentos na Valor Investimentos e membro do Ibef/ES. É formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

PGBL: ferramenta financeira para quem planeja o futuro

Modelo de previdência combina incentivo fiscal e estratégias de investimento que potencializam ganhos no longo prazo

Vitória
Publicado em 01/12/2025 às 14h53

No Brasil, quando se fala em previdência privada, as opiniões costumam divergir, muitas vezes por causa de experiências negativas vividas por investidores desavisados. Porém, quando se esclarecem as vantagens e limitações, fica evidente que a previdência no modelo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) pode oferecer benefícios mensuráveis e difíceis de replicar em qualquer outra estrutura de investimento tradicional.

O principal deles é a possibilidade de deduzir até 12% da renda bruta tributável anual na declaração completa do Imposto de Renda. Na prática, isso significa que o aporte reduz a base de cálculo do IR, permitindo pagar menos imposto ou aumentar significativamente a restituição.

Para quem sofre IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) ao longo do ano, como CLTs, servidores públicos e até empresários, esse mecanismo funciona como uma forma de “recuperar dinheiro” que já estava engessado na malha do IR.

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PGBL ajuda a reduzir imposto, entre outras vantagens. Crédito: Shutterstock

Além desse retorno imediato, os planos de previdência contam com outra vantagem relevante: não sofrem a incidência do come-cotas, presente nos fundos tradicionais. Isso evita a antecipação do imposto e impede a corrosão da capitalização ao longo do tempo, ampliando o potencial dos juros compostos, especialmente em estratégias de longo prazo, como multimercados ou renda fixa de juro real.

A indústria de previdência evoluiu de maneira significativa nos últimos anos. Hoje, é possível encontrar fundos multimercados sofisticados, estratégias quantitativas, fundos de crédito privado com gestão ativa e exposição à renda variável de longo prazo.

Em muitas gestoras, essas estratégias são as mesmas dos fundos tradicionais, mas com a vantagem adicional de não sofrer come-cotas e de oferecer mais eficiência fiscal no momento da saída.

Outro ponto essencial é que a previdência permite escolher entre dois modelos de tributação no momento do resgate: progressiva e regressiva.

  • Tributação progressiva: segue a tabela do IRPF. Geralmente, faz mais sentido para quem pretende fazer resgates pequenos, típicos de uma aposentadoria complementar, ou para quem deve estar em uma faixa de renda mais baixa no futuro.
  • Tributação regressiva: começa em 35% e chega a apenas 10% após 10 anos. É a mais utilizada para acumulação de longo prazo, sucessão patrimonial ou grandes aportes.

Essa flexibilidade torna possível ajustar a previdência aos diferentes objetivos dentro do planejamento financeiro.

Poucos sabem, mas a previdência também é um dos instrumentos mais eficientes para sucessão patrimonial. Via de regra, os recursos não entram em inventário, o pagamento aos beneficiários é rápido e, em diversos Estados, há isenção de ITCMD (sempre observando as regras locais). Na prática, trata-se de uma das formas mais simples para proteger a família, garantir liquidez imediata e evitar os custos e entraves burocráticos do inventário.

Em um país marcado por tributação crescente, o PGBL permanece como uma ferramenta fiscalmente privilegiada, tecnicamente robusta e alinhada às práticas modernas de planejamento financeiro.

Para quem:

  • Declara IR completo,
  • Tem IRRF ao longo do ano,
  • Deseja acumular patrimônio no longo prazo,
  • Busca eficiência tributária e sucessória…

…o PGBL se destaca não como mais uma opção, mas como uma estratégia financeira racional.

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