Formado em engenharia civil pela Ufes, pós-graduado em Finanças pelo IBMEC-MG e com mestrado em Administração pela Fucape, geriu o clube de investimentos Investvix entre 2011 e 2015. É assessor de Investimentos na Valor Investimentos desde 2016

Reformas, alta da Bolsa e confiança: seus investimentos no Brasil que dá certo

Com as eleições de 2026 à vista, o mercado projeta um novo ciclo para o Brasil — e quem souber se antecipar às mudanças pode sair na frente

Publicado em 13/10/2025 às 08h52

O ano de 2026 será um divisor de águas para o Brasil, com eleições presidenciais que podem redefinir o cenário de investimentos. Após um 2025 de volatilidade fiscal e juros elevados, o mercado anseia por um novo presidente que inspire confiança: alguém com compromisso para ajustar as contas públicas, conter a dívida — que ultrapassará em breve 80% do PIB — e retomar uma agenda de reformas estruturais. Como investidor experiente, vejo nesse horizonte uma oportunidade real de virada. Mas como o dólar, os juros e a Bolsa reagiriam? Vamos analisar o que uma liderança reformista poderia trazer.

O desafio atual é palpável: déficits persistentes, uma dívida em trajetória insustentável e um risco-país que mantém o dólar instável e a Selic em alta. Um presidente pró-mercado, com credibilidade e uma agenda de otimização dos gastos públicos, além de liderança para avançar com reformas estruturais, mudaria tudo. Isso reduziria a percepção de risco, atraindo capital estrangeiro e estabilizando o ambiente e de negócios. A história nos mostra que eleições com foco em equilíbrio fiscal costumam guiar o mercado para águas mais calmas, abrindo portas para crescimento sustentável.

O dólar seria o primeiro a sentir o impacto. Com confiança renovada, o risco-país cairia, fortalecendo o real, que poderia ficar abaixo de R$ 5. Isso aliviaria importações e reduziria pressões inflacionárias, permitindo ao Banco Central cortar a Selic para 8% ou 9% ao ano. Juros menores estimulariam crédito, consumo e investimentos produtivos, criando um ciclo virtuoso. Naturalmente com juros mais baixos na renda fixa, o interesse pela renda variável cresceria, impulsionando ações e fundos imobiliários.

A Bolsa ganharia protagonismo. O Ibovespa, já resiliente em 2025, receberia influxos bilionários não só dos estrangeiros, mas também dos investidores locais, impulsionando ações de bancos, varejo e indústrias. Setores domésticos ganhariam tração com os juros mais baixos: as small caps brilhariam e os fundos imobiliários voltariam a negociar com prêmio em relação aos seus valores patrimoniais.

O cenário aqui apresentado é incerto — não sabemos ainda nem quem serão os candidatos —, porém há uma probabilidade razoável de renovação, nas eleições do ano que vem, que não pode ser desprezada. Você, como investidor, estará preparado se isso se concretizar?

Na próxima coluna, avaliaremos seus investimentos no Brasil que dá errado.

A Gazeta integra o

Saiba mais
Investimentos André Motta Eleicões 2026

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.