Um efeito colateral da popularidade das bicicletas elétricas é o crescimento dos casos de furtos e roubos. No Espírito Santo houve um aumento de 817% no registro destes crimes nos primeiros onze meses deste ano.
Foram 312 ocorrências até o dia 30 de novembro, contra 34 no mesmo período do ano passado, segundo dados do Observatório Estadual da Segurança Pública.
O gráfico deste ano parte de oito registros em janeiro, em um crescimento quase contínuo, atinge o pico de 55 ocorrências no mês de novembro.
Em relação ao furto, o aumento foi de mais de 752%, considerando os 162 casos deste ano contra 19 do ano passado.
Já o roubo, que envolve violência ou grave ameaça contra a pessoa, o aumento foi de 900%. Em 2025 foram 150, contra 15 do ano passado, comparando os onze meses de cada ano.
As informações estão no Painel Bicicletas Elétricas, do Observatório da Segurança Pública, que reúne dados a partir de 2023 e mostra a evolução destes crimes. Um exemplo: em onze meses deste ano ocorreram seis vezes mais casos do que em 2024. Confira:
- 2023 - 17 ocorrências (média mensal próximo de 2 casos)
- 2024 - 48 ocorrências (média mensal de 4 casos)
- 2025 - 312 ocorrências (média mensal de 28 casos)
A situação acompanha o aumento da frota nas cidades capixabas, particularmente em 2025, já estimada em cerca de 9 mil bicicletas elétricas circulando pelas vias, segundo dados da Fecomércio/Aliança Bike.
Os acidentes e as vítimas
Também chama a atenção os acidentes envolvendo as bicicletas elétricas. Em quase dois anos foram 304, tendo a maior parte deles ocorrido nos onze meses deste ano, 259.
No ano de 2024 eles resultaram em uma morte. Em onze meses deste ano já foram cinco. E o número é ainda maior considerando que já nos primeiros dias de dezembro ocorreu mais um caso, com um jovem de 16 anos que perdeu a vida em Barra de São Francisco.
A situação levou o governador Renato Casagrande a pedir ao governo federal que regulamente e fiscalize o uso de bicicletas elétricas e similares no país. Solicitação, enviada ao ministro dos Transportes Renan Filho.
Outra avaliação diz respeito à forma como os acidentes ocorreram. Em quase metade dos casos houve colisão com carros. Mas teve ainda registros de quedas, atropelamentos e colisões variadas com: moto, bicicleta, ponto fixo, ônibus, caminhão e patinete.
A maior parte desses acidentes aconteceu em via pública. Cerca de 40% deles (124) resultaram em escoriações leves e outros 23% (71) em lesões na cabeça.
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