Valdir Ramos Mattusoch, ex-vice-prefeito de Boa Esperança, se tornou réu em ação penal por acusações de agressão a esposa no último mês de setembro. À polícia ela relatou ter recebido um golpe no rosto e que houve tentativa de enforcamento.
Em sua denúncia, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Boa Esperança, apontou que houve crimes de lesão corporal e ameaça praticados no contexto de violência doméstica e familiar, e que foi aplicada a Lei Maria da Penha.
”A denúncia foi recebida pelo Poder Judiciário, e segue agora o regular andamento da ação penal", informou, em nota o MP.
O caso ocorreu logo após a realização de uma feira agropecuária na cidade. O relato feito por ela aos policiais militares é de que, durante o evento se sentiu cansada e quis retornar para casa. Como o marido queria permanecer no local, um parente a levou até sua residência.
Revoltado com a situação, ao retornar, Valdir teria iniciado uma discussão que evoluiu para as agressões físicas e ameaças. Quando chegaram à casa, os policiais militares encontraram a vítima com as marcas no rosto.
Valdir foi preso em flagrante e solto posteriormente. Na decisão que concedeu medida protetiva é relatado que a “prisão em flagrante traz indícios fortes de violência familiar praticada pelo autuado (Valdir)”.
O nome da mulher não está sendo divulgado por ser vítima de agressão e ameaça.
Defesa nega os crimes
A advogada Natália Zanotti Zampirollo faz a defesa do ex-vice-prefeito e informou que o casal se separou. Relata que ele nega as agressões e ameaças contra a ex-esposa, assinalando que mantiveram um relacionamento de mais de trinta anos sem histórico de violência.
Acrescenta que ambos estavam na feira agropecuária da cidade acompanhados de familiares e que não houve qualquer discussão. A ex-esposa decidiu ir embora mais cedo com o neto.
“Ao retornar para casa, ele foi recebido pela ex-companheira com socos e chutes, sendo que durante os atos impulsivos da ex-companheira, ambos acabaram caindo da cama sobre um criado-mudo, o que teria causado escoriações em ambas as partes”, informa a advogada.
Por intermédio da advogada, Valdir, 68 anos, afirma ter tido uma vida pública e reputação respeitadas, sem antecedentes criminais. “Ele foi vereador por quatro mandatos, presidente da Câmara em dois períodos, vice-prefeito e prefeito interino. Ele sustenta que as acusações não condizem com sua trajetória e nega qualquer ato de violência”.
Segundo Natalia, o depoimento da vítima é suficiente para a abertura de um processo e para a concessão de medidas de urgência. “Estamos trabalhando para provar a índole e inocência do acusado”, finaliza.
Atualização
24 de novembro de 2025 às 18:20
O texto foi atualizado com informações do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
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