Você já ouviu falar no “tarifaço” do Trump? E no aumento violento do IOF que pegou empresas e consumidores de surpresa? Pois é. Os tempos mudaram — de novo. E, com eles, o mercado imobiliário já começa a sentir os primeiros tremores.
Quando a economia balança, o crédito encolhe. E quando o crédito encolhe, o sonho da casa própria recua. A locação, mais uma vez, aparece como a solução prática, possível e — para muitos — estratégica. Mas vamos por partes.
Recentemente, o mercado financeiro foi sacudido por duas notícias de grande impacto: a primeira, o aumento da alíquota do IOF, imposto que incide sobre operações de crédito e câmbio; a segunda, o anúncio do governo norte-americano, liderado por Donald Trump, de que passou a aplicar uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras desde 1º de agosto de 2025. A justificativa? Barreiras comerciais e embates políticos.
O efeito imediato? Pressão sobre o dólar, aumento da inflação, instabilidade nos mercados — e reflexo direto no bolso de quem pretende financiar um imóvel. A FIEMG - Federação das Indústrias do estado de Minas Gerais estima que o efeito do tarifaço poderá tirar R$ 175 bilhões do PIB brasileiro, com impacto direto sobre o emprego e o consumo.
Já o Cepea, centro de pesquisa da Esalq/USP - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo - USP, alerta para a queda nos preços de exportação e possível acúmulo de estoques no agronegócio. Mas o que isso tem a ver com quem quer comprar ou alugar um imóvel?
Tudo, absolutamente tudo
O aumento do IOF, por exemplo, já encareceu as operações de crédito. A alíquota, que era de 1,88% ao ano para empresas, passou para 3,95%, praticamente o dobro, conforme noticiado pela Folha de S. Paulo. Para remessas ao exterior, o salto foi de 0,38% para 3,5%. Para compras internacionais, de 3,38% para 3,5%.
Pode parecer pouco à primeira vista, mas esse ajuste representa um peso considerável no custo final de qualquer financiamento — inclusive imobiliário. E quanto mais caro o crédito, menor a sua procura. As famílias repensam, adiam, recuam. Os bancos apertam as exigências. Os lançamentos imobiliários são postergados. O setor desacelera.
O consumo diminui. E, em meio a esse cenário, a locação se aquece. Porque se o financiamento está mais difícil, alugar se torna, naturalmente, a rota de menor resistência. Se os preços dos imóveis sobem, mas o poder de compra desce, o mercado de locações se torna, mais do que nunca, um espaço de oportunidade — para quem precisa de um lar, para quem quer investir com inteligência, e para quem sabe que o timing é tudo.
A conta é simples: mais demanda por locação + menos oferta de imóveis = valorização dos aluguéis. Mas não para por aí. Essa procura crescente impacta também os índices de reajuste contratual, como o IPCA, que tende a ser pressionado pela inflação em alta, e o IGP-M, que é diretamente influenciado pela variação cambial e pelo mercado externo. Ou seja: os aluguéis devem sofrer reajustes mais robustos nos próximos meses.
Diante disso tudo, surge uma pergunta inevitável: Será que a locação se tornará o “porto seguro” do mercado imobiliário em tempos de turbulência econômica? Se olharmos os sinais, a resposta tende a ser sim. E mais: a locação bem feita, com contratos blindados, gestão profissional e informação de qualidade, será o diferencial entre quem vai surfar essa onda e quem será engolido por ela.
Mais do que nunca, negociar é a palavra de ordem. E a locação, longe de ser um plano B, é o novo plano A para quem deseja segurança, mobilidade e estratégia. O cenário está posto. O jogo está em movimento. E quem entende de locações já sabe: quando o crédito fecha a porta, a locação abre a janela.
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MAIS RAQUEL QUEIROZ
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