Um dia inteiro de imersão nas tendências, desafios e oportunidades que moldam o futuro das cidades. Assim foi a sexta edição do Talk Imóveis 2025 que aconteceu nesta quarta-feira, 17. O evento, realizado pela Rede Gazeta, reuniu empresários, corretores especialistas e representantes de entidades para uma programação diversificada, se consolidando como o principal palco de discussões do mercado imobiliário capixaba.
Pela manhã, um ambiente reservado para convidados debateu temas estratégicos para construtoras e incorporadoras como novas formas de funding imobiliário para a produção, verticalização e novas tecnologias na construção.
À tarde, as portas foram abertas para corretores e imobiliárias, que assistiram à apresentação da Pesquisa Raio-X do Mercado Imobiliário realizada pela Inteligência de Mercado de A Gazeta e, em seguida, um painel onde se discutiu sobre ser corretor generalista e especialista. Ao final, um coffee break para gerar conexões.
A macroeconomia foi o pano de fundo de todas as discussões. O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Alexandre Schubert, destacou a importância do cenário econômico nacional para o aquecimento do setor.
“Temos o desafio de continuar uma linha decrescente na taxa de juros, que é fundamental para o setor imobiliário. A expectativa é que em 2026 estejamos com esse mercado mais ajustado e que então possamos iniciar outro ciclo de crescimento”, projeta.
Sobre o acesso aos recursos que viabilizam esse crescimento, o diretor de Real Estate da Patria, Ricardo Vieira, focou na transparência como chave para o mercado de capitais.
“O ideal é sempre ter a melhor governança possível, uma boa estrutura de back office, balanços auditados. Quanto mais a informação for transparente e fidedigna para quem concede os empréstimos, mais fácil vai ser para esse empreendedor acessar o mercado de capitais”, explica.
O suporte financeiro para transformar projetos em realidade também veio da visão institucional. O superintendente da Caixa no Espírito Santo, Tarcísio Dalvi, manifestou otimismo, especialmente com a Faixa 4 de financiamento do Minha Casa Minha Vida, com foco na classe média.
“A Caixa tem recurso, tem linha de fundo para atender as construtoras e o consumidor final. O Espírito Santo é um Estado que tem o maior nível de financiamento habitacional do Brasil em condições, e vamos ter a melhor expectativa para o próximo ano”, aposta.
Expansão do mercado
A questão para onde o mercado deve se expandir foi analisada pelo CFO da Grand, Eduardo Borges, que prevê um crescimento natural de adensamento e expansão planejada para a Grande Vitória.
“Vitória tem uma vocação para a verticalização. Ela precisa se verticalizar, porque não tem terra sobrando. É inevitável, caso a gente queira que Vitória cresça, sempre com cuidado com a infraestrutura viária e a indução de fachadas ativas”, avalia.
Sobre Vila Velha, Borges citou a consolidação da região do Jockey e a verticalização que deve se interiorizar em direção a bairros às margens da Darly Santos e Lindenberg, além do potencial dos bairros costeiros após Barra do Jucu e para loteamentos na Rodovia do Sol. Na Serra, o eixo Laranjeiras-Jacaraípe foi apontado como a próxima fronteira de crescimento vertical expressivo.
Para o gerente comercial da Javé, Átila Duque, a localização continua sendo o fator mais importante do mercado imobiliário. Ele complementa que, após a localização, a arquitetura e os itens de lazer são os grandes diferenciais que o cliente moderno busca. “Tudo começa na localização. Isso não vai mudar nunca. É mais de 70% do preço do empreendimento”, explica.
Já o CEO da Nazca, Breno Peixoto, falou sobre a busca do bem-estar. Ele deu exemplo sobre a Nazca, uma das primeiras do Estado a conquistar o selo internacional Fitwell, uma certificadora americana que calcula quanto de bem-estar aquele prédio proporciona ao morador.
“A gente vem a cada ano tentando melhorar esses índices. É uma preocupação constante nossa e o selo Fitwell é uma certificação que garante que os nossos empreendimentos sejam entregue com essa preocupação com o bem-estar e a sustentabilidade”, diz.
A importância do planejamento urbano para o crescimento saudável das cidades foi destacado pelo gerente geral de vendas da Lotes CBL, Renato Nolasco. “A grande importância de um bairro planejado é levar qualidade de vida, mobilidade, áreas públicas de lazer. Quando as cidades crescem de forma desordenada, surgem problemas de infraestrutura, falta de água e esgoto. Um bairro planejado valoriza a região e muda toda uma realidade”, aponta.
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