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Veja quem é o maior beneficiado com a retirada de Ramalho da corrida pelo Senado no ES

Podemos decidiu não lançar candidatura avulsa depois que bloco casagrandista escolheu apoiar a senadora Rose de Freitas (MDB)

Vitória
Publicado em 03/08/2022 às 20h37
Marcelo Santos e Coronel Ramalho
O deputado estadual Marcelo Santos, que defendia a candidatura avulsa ao Senado, e Coronel Ramalho durante convenção do Podemos, na última sexta-feira (29), na Câmara de Vila Velha. Crédito: Letícia Gonçalves

Apesar de ter se lançado como pré-candidato e até contar com um bordão – "Pra cima deles" – e adesivos colados em veículos, o coronel Alexandre Ramalho (Podemos) nunca foi um nome dado como certo na corrida pelo Senado.

Isso porque o partido dele integra a base aliada ao governador Renato Casagrande (PSB), que já tinha ao menos outros dois postulantes à vaga de candidato a senador, o deputado federal Da Vitória (PP) e a senadora Rose de Freitas (MDB). 

Por um tempo, até o pastor Nelson Junior (Avante) fez parte do grupo que queria a bênção do socialista para disputar.

No fim das contas, foi Rose quem se consolidou. É a candidata da chapa do governador. Para outro casagrandista ser lançado ao Senado, só se for de forma avulsa, com um partido solitário, sem coligação.

O coronel ressaltou, por mais de uma vez que, no início de abril, quando se filiou ao Podemos, obteve a garantia do presidente estadual da legenda, Gilson Daniel, e do próprio governador de que concorreria ao Senado.

Mas, em política, as coisas mudam. Não há garantia de nada.

Ramalho é ex-secretário estadual de Segurança Pública, integrou o primeiro escalão do governo e não se furta a se afirmar como casagrandista.

Com a bandeira da segurança pública e o uso de termos como "acabar com a bandidagem", o militar da reserva da PM tinha potencial para tirar votos de outro bolsonarista, Magno Malta (PL), que quer voltar ao Senado.

O não lançamento de Ramalho, portanto, beneficia, principalmente, Magno, que já havia sido contemplado com a retirada do ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli (Republicanos) do páreo.

O presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, que substituiu Meneguelli na disputa, também deve estar comemorando a concretização da saída de Ramalho da disputa. Erick almeja os votos dos eleitores conservadores, mesmo filão de Magno e do ex-pré-candidato do Podemos.

Convenção do PL lançou Manato para concorrer ao governo e Magno Malta ao Senado
Magno Malta discursa durante convenção estadual do PL, no último sábado (30). Crédito: Thiago Coutinho

O deputado gostaria do apoio do coronel, ainda que informalmente, e até já telefonou para ele.

Rose de Freitas, por outro lado, declarou ser contra candidaturas avulsas na base de Casagrande. Assim, ela deve estar satisfeita com a interdição do militar da reserva da PM.

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Uma opção, que cabe a Ramalho aceitar ou não, é disputar uma cadeira de deputado federal. Isso ajudaria a eleger nomes do Podemos à Câmara, entre eles o presidente estadual da legenda, Gilson Daniel.

Gilson, no entanto, garante que, mesmo sem o coronel, o partido consegue eleger dois deputados federais.

Ramalho não tem como, a esta altura do campeonato, trocar de partido para disputar qualquer cargo em 2022. O prazo de filiações terminou no início de abril.

Outro ponto importante é que, sem entrar na briga pelo Senado, o Podemos fica com mais recursos para investir na eleição de parlamentares.

A prioridade dos partidos, em geral, é eleger deputados federais. É com base no número de cadeiras na Câmara que é calculado, por exemplo, o valor do Fundo Partidário, um recurso público, que cada sigla recebe.

A COLIGAÇÃO

Para o governador Renato Casagrande, por outro lado, em termos práticos, não faz muita diferença o Podemos integrar ou não a coligação dele. 

O tempo de propaganda de TV do partido é pequeno. Apenas as seis maiores siglas participantes da aliança entram na conta.

Gilson Daniel e aliados, de qualquer forma, pediriam votos para ajudar na reeleição do governador. 

O presidente estadual do Podemos também foi secretário da atual gestão. Deixou a pasta de Planejamento em abril por imposição da legislação eleitoral.

A convenção estadual da legenda delegou, na última sexta-feira (29), à Executiva estadual a decisão sobre coligar ou não. Como não vai lançar a candidatura avulsa, a parceria oficial com o PSB vai ser selada. 

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