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Sai Ricardo, entra Vidigal: o que a mudança no secretariado sinaliza sobre 2026

Vice-governador fica mais livre para se movimentar como pré-candidato ao governo do ES, mas ex-prefeito da Serra também está no páreo

Vitória
Publicado em 20/01/2025 às 15h13
Sérgio Vidigal, Renato Casagrande e Ricardo Ferraço
Sérgio Vidigal, Renato Casagrande e Ricardo Ferraço. Crédito: Helio Filho/Secom ES

Ao anunciar, na tarde desta segunda-feira (20), que o ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal (PDT) vai ser o novo secretário estadual de Desenvolvimento, o governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que a chegada do pedetista ao primeiro escalão vai deixar o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) "completamente à disposição para exercer o papel de vice".

Ricardo, hoje, acumula o cargo de vice-governador com o de titular da pasta de Desenvolvimento.

"(O emedebista) vai ajudar em todas as ações do governo, articulação em Brasília, na Assembleia e em todas as secretarias", avisou Casagrande.

Na prática, Ricardo Ferraço fica livre, principalmente, para se movimentar como pré-candidato ao Palácio Anchieta, missão para a qual o vice já se disse "pronto".

Vidigal, por sua vez, também é listado por Casagrande e pelo próprio Ricardo como o possível nome do grupo casagrandista na corrida pelo comando do Executivo estadual em 2026.

O governador ponderou que o martelo ainda não foi batido e que Ricardo tem preferência, mas precisa se "viabilizar", ou seja, tornar-se um candidato competitivo do ponto de vista do potencial de votos.

O ex-prefeito da Serra encerrou o quarto mandato à frente da cidade em dezembro de forma vitoriosa, ao eleger o aliado Weverson Meireles (PDT) como sucessor.

Vidigal, ao menos publicamente, não se disse disposto a disputar o governo estadual em 2026, falou até em deixar a vida pública e dedicar-se apenas à carreira de médico.

Ao decidir não disputar a reeleição, alegou, principalmente, que precisava cuidar da família e da saúde da esposa, a ex-deputada federal Sueli Vidigal (PDT).

O pedetista estava reticente quanto a aceitar o convite para o secretariado, mas parece que o jogo virou.

Dentro do PDT, a aposta é que Vidigal vai disputar as eleições de 2026 e que o desejo dele é, sim, ser candidato ao Palácio Anchieta.

Mas, considerando a possibilidade de Ricardo Ferraço conseguir se viabilizar e já que o vice tem a preferência, o ex-prefeito da Serra poderia também concorrer a uma vaga no Senado ou até compor chapa como vice de Ricardo.

Ao aceitar o convite para a Secretaria Estadual de Desenvolvimento, o pedetista fica mais próximo do grupo palaciano que vai bater o martelo sobre o candidato à sucessão de Casagrande.

"Inicialmente, ele não queria ser secretário, mas percebeu que se ficasse fora do processo, sumiria", avaliou um aliado do ex-prefeito.

Na live (transmissão ao vivo no Instagram) em que anunciou a mudança no secretariado, o próprio Casagrande contou que ele e Ricardo tiveram que convencer Vidigal a compor o secretariado.

Nenhum dos três tocou no assunto eleições 2026, mas o tema transborda nas entrelinhas.

"Vou me empenhar para ficar à altura deste governo, é uma oportunidade para trabalharmos juntos. É muito mais importante que um projeto político eleitoral, é um projeto para o Espírito Santo", definiu Vidigal, na live.

Como já mencionei aqui, Vidigal saiu "com moral" das eleições de 2024, graças à vitória de Weverson na Serra, que é o maior colégio eleitoral do estado.

O pupilo do agora ex-prefeito pontuou, inicialmente, de forma tímida nas pesquisas de intenção de voto e cresceu ao longo da campanha, que foi protagonizada por Vidigal.

Casagrande também apoiou Weverson abertamente na corrida pela prefeitura serrana e, certamente, não quer desperdiçar o potencial eleitoral do futuro secretário pedetista.

A mudança na Secretaria de Desenvolvimento vai ocorrer, segundo o governador, na primeira quinzena de fevereiro.

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