
O vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) está em todas, ou melhor, em todos os eventos no Palácio Anchieta e agendas públicas do governador Renato Casagrande (PSB). Aumentou a presença também nas redes sociais e, desde o ano passado, é lembrança constante entre os aliados casagrandistas como o principal possível candidato do grupo ao Palácio Anchieta em 2026.
Faltava apenas Ricardo verbalizar a intenção. Não falta mais. "Estou pronto para ser candidato", afirmou o emedebista à reportagem de A Gazeta, na quinta-feira (16). Em entrevista ao portal ES 360, o vice também já havia se colocado no jogo.
Como se não bastassem os fortes sinais, agora está claro: Ricardo Ferraço é o plano A do grupo de Casagrande na corrida pela sucessão.
Não à toa, o secretário estadual de Educação, Vitor de Angelo, denominou a atual gestão como "governo Casagrande e Ferraço", ao discursar em um evento voltado a prefeitos, na quinta.
O governador, em entrevista à CBN Vitória em dezembro, fez questão de frisar que outros nomes estão no páreo e que o martelo não está batido. Citou, na ocasião, os prefeitos de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), e Euclério Sampaio (MDB), de Cariacica, além do ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal (PDT).
Ricardo, na entrevista a A Gazeta, fez coro a Casagrande e ressaltou que, assim como está disposto a ser o candidato e a buscar o apoio dessas e de outras lideranças, também está pronto a apoiar qualquer um deles que venha a ser o nome lançado ao Palácio.
E acrescentou mais dois possíveis candidatos ao governo: os deputados federais Da Vitória (PP) e Gilson Daniel (Podemos).
Justamente os presidentes estaduais dos partidos aos quais Casagrande tem acenado para garantir que permaneçam na base aliada em meio às eleições de 2026.
O PP de Da Vitória já foi contemplado com a indicação de Marcos Aurélio Soares para comandar a Secretaria de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb). O Podemos, segundo Casagrande, só não vai fazer parte do primeiro escalão "se não quiser".
O "CANDIDATO NATURAL"
Casagrande pode disputar o Senado no ano que vem e, para isso, vai ter que abrir mão do mandato no início de abril de 2026.
Nesse caso, Ricardo assume o comando do Executivo e passa a ser, de acordo com o próprio governador, o candidato natural ao Palácio Anchieta.
O vice, ou governador em exercício, porém, vai ter que levar à frente a empreitada que, até recentemente, era liderada destacadamente pelo socialista.
Manter unido um grupo plural, que vai da esquerda, com o PT, à centro-direita, com o PP. E, claro, provar-se viável eleitoralmente, pontuar bem nas pesquisas de intenção de voto.
A DÚVIDA
A última vez que Ricardo disputou uma eleição (como cabeça de chapa) foi em 2018, quando, então filiado ao PSDB, não conseguiu ser reconduzido ao Senado.
Ele havia sido eleito para o cargo em 2010. Na ocasião, foi escolhido por 1.557.409 eleitores, o que o tornou o político mais votado da história do Espírito Santo.
Em 2018, entretanto, Ricardo recebeu 480.122 votos, em meio à onda de renovação que sagrou nas urnas os hoje senadores Marcos do Val (Podemos) e Fabiano Contarato (PT).
Em 2022, formou parceria com Casagrande e, obviamente, a dupla saiu vitoriosa.
Há, mesmo entre alguns casagrandistas, dúvidas sobre como seria o desempenho do vice-governador em 2026, mas as chances de o resultado ser positivo aumentam se o grupo estiver coeso.
Sem contar a visibilidade proporcionada pelo exercício do cargo de governador, o que pode acontecer a partir de abril do ano que vem.
Só para garantir, o vice está recebendo créditos por entregas realizadas pela gestão (ele é secretário estadual de Desenvolvimento) e destaque em eventos públicos desde já.
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