Este é um espaço para falar de Política: notícias, opiniões, bastidores, principalmente do que ocorre no Espírito Santo. A colunista ingressou na Rede Gazeta em 2006, atuou na Rádio CBN Vitória/Gazeta Online e migrou para a editoria de Política de A Gazeta em 2012, em que trabalhou como repórter e editora-adjunta

Pré-candidato à Presidência, Eduardo Leite toca pandeiro para pedir votos no ES

Governador do Rio Grande do Sul disputa as prévias do PSDB e tem como principal adversário o governador de São Paulo, João Doria

Vitória
Publicado em 23/10/2021 às 14h48

Aos 36 anos, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, quer ser candidato à Presidência da República pelo PSDB. Para isso, precisa vencer as prévias do partido, marcadas para o dia 21 de novembro. Ele esteve em Vitória, neste sábado (23), para pedir o apoio dos tucanos locais. O principal rival interno dele é o governador de São Paulo, João Doria.

Enquanto Doria dispara críticas contundentes a Jair Bolsonaro (sem partido), apesar de ter investido no "BolsoDoria", em 2018, Leite é mais comedido. A mesma lógica impera em relação a Lula e ao PT.

Leite, que declarou voto em Bolsonaro em 2018, diz que não está "em cima do muro". O discurso do governador gaúcho é permeado de repúdio "ao ódio" e a quem quer "destruir em vez de construir".

"O Brasil não é do ódio, não é da guerra, não é de conflito"; "o Brasil não precisa de um terceiro para brigar"; "se for para votar contra, que seja contra a inflação, contra o desemprego". São algumas das frases ditas pelo jovem tucano neste sábado.

A estratégia de Leite é se mostrar um candidato mais leve que Doria que, exposto a mais tempo, também tem mais rejeição. Eduardo Leite, por outro lado, é menos conhecido. 

O governador do Rio Grande do Sul (e não do Rio de Janeiro) diz que é sambista e, para reforçar a ideia de leveza, anda com um pandeiro, que ele toca, como no vídeo acima, no evento do PSDB em Vitória. 

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em evento do PSDB, em Vitória
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em evento do PSDB, em Vitória. Crédito: Rodger Timm/Divulgação

A empreitada do PSDB, seja com Eduardo Leite, João Doria ou mesmo com o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, que também disputa as prévias, deve ser árdua. 

Em 2018, com Geraldo Alckmin, o partido teve o pior desempenho da história em eleições presidenciais. Ele ficou em quarto lugar, com cerca de 5% dos votos. Isso porque o PSDB tem tempo de propaganda de TV e rádio e dinheiro do fundo eleitoral nada desprezíveis. 

Leite, portanto, precisa mais do que sambar conforme a música sem desafinar. 

ENCONTRO COM CASAGRANDE

O encontro com tucanos locais, num cerimonial de Vitória, não foi o único compromisso do governador do Rio Grande do Sul no Espírito Santo. Ele esteve com o governador Renato Casagrande (PSB), na residência oficial da Praia da Costa, pouco antes de se dirigir aos correligionários. 

De acordo com a assessoria do socialista, a agenda foi um café e uma conversa breve. Leite disse que conversaram sobre pautas como a Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas (COP-26), a ser realizada a partir de 31 de outubro e temas afeitos aos governadores do país, que enfrentam a resistência de Bolsonaro em quase tudo. 

Casagrande já disse que o governo Bolsonaro vai se arrastar até 2022 e gostaria de ver um nome da terceira via ganhar força. O PSB exige contrapartida do PT, inclusive com apoio no Espírito Santo, em troca de uma possível aliança com Lula, mas Casagrande não parece disposto a subir no palanque do ex-presidente da República.

Uma solução seria um palanque duplo, em que o socialista ficaria livre para, pessoalmente, endossar outra candidatura à Presidência da República. 

TORCIDA

O presidente estadual do PSDB, Vandinho Leite, não quis dizer em quem vai votar nas prévias do PSDB. A plateia do cerimonial em que partido recebeu Eduardo Leite estava lotada. Todos que a coluna viu usavam máscaras (ainda bem). Chamou a atenção a quantidade de gritos de apoio e aplausos direcionados a Vandinho. 

"Tem muita gente que veio de comunidade carente. O PSDB é isso", discursou Vandinho.  Na saída, por volta de 12h20, a coluna ouviu o seguinte diálogo entre os populares que deixavam o evento: "Tudo pelo Vandinho, hein?!", disse uma mulher, de forma irônica. "Bem que ele podia pagar um almoço pra gente", reclamou a outra.

CANDIDATURA AO PALÁCIO ANCHIETA

O ex-vice-governador César Colnago, que já declarou apoio a Doria, apoio este que está mantido, foi ao evento prestigiar Eduardo Leite. Lá, ouviu Vandinho dizer que o PSDB local vai decidir o que fazer sobre as eleições de 2022 no estado somente após as prévias do PSDB nacional. 

Colnago tem percorrido o estado em pré-campanha pelo governo do estado. 

BOMBEIRO E SAMBISTA

O ex-prefeito de Vila Velha Max Filho se disse bombeiro e não incendiário, no sentido de que o partido não pode rachar devido às prévias. Em eleições, como mostrou o pleito municipal passado, Max costuma colocar fogo nos debates, desta vez está no estilo paz e amor. 

Já o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas surgiu quase irreconhecível, de máscara, boina e o cabelo mais comprido. Ele endossou a pré-candidatura de Eduardo Leite.

Luiz Paulo Vellozo Lucas em convenção do PSDB
Luiz Paulo Vellozo Lucas discursa em evento do PSDB e declara apoio a Eduardo Leite. Crédito: Tiago Oliveira/Divulgação

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