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Posse da nova Mesa Diretora do TJES tem discurso inusitado e "climão"

Janete Vargas Simões assumiu a presidência da Corte, mas outro colega coprotagonizou a cerimônia

Vitória
Publicado em 11/12/2025 às 21h31
Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES)
Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). Crédito: Divulgação TJES

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) foi palco e protagonista, nesta quinta-feira (11), de um momento histórico. Pela primeira vez, uma mulher tomou posse como presidente da Corte.

Mais que isso: ela foi eleita por meio de voto secreto e à unanimidade. Diante do favoritismo que adquiriu nos bastidores, não teve nem concorrentes.

A presidente Janete Vargas Simões já prometeu aumentar a produtividade do Judiciário e tem pela frente diversos desafios.

A cerimônia de posse contou com um momento inusitado. O decano do Tribunal, desembargador Pedro Valls Feu Rosa, foi escolhido para fazer um discurso de saudação à nova Mesa Diretora.

O que ele fez, na verdade, foi pintar um quadro preocupante. Na visão de Pedro Valls, o TJES é "vítima de um longo e geral processo de corrosão".

"Reacionários, temos resistido à verdade simples de que, vítimas de estruturas e mentalidades ultrapassadas, temos uma produtividade a quem da necessidade do momento histórico", discursou o desembargador.

Ele ainda alertou para "o risco de essa instituição ser sequestrada por interesses menores".

Também citou que há divisão entre magistrados e servidores, e a perda do "bom corporativismo".

Tudo isso antes de elogiar a nova presidente e dizer que confia nela. Pedro Valls ressaltou que, agora, "ou vai ou racha".

As palavras do magistrado causaram surpresa e um certo climão. Magistrados consultados pela coluna, reservadamente, avaliam que os recados foram para a gestão do agora ex-presidente Samuel Meira Brasil Jr.

Nos últimos dois anos, o Judiciário capixaba passou por diversas mudanças, como a implantação das Secretarias Inteligentes, as Comarcas Digitais e o Núcleo de Aceleração de Processos. E, finalmente, todos os processos passaram a ser digitais, não mais em papel.

Mas tanta disrupção também provocou críticas.

Janete Vargas Simões
Desembargadores Samuel Meira Brasil Jr. e Janete Vargas Simões durante a cerimônia de posse. Crédito: Carlos Alberto Silva

Questionado após a cerimônia de posse, Pedro Valls Feu Rosa não confirmou a tese de que o discurso foi voltado ao ex-presidente.

O desembargador afirmou apenas que tratou-se do "sentimento de um brasileiro", ou seja, uma expressão ou desabafo dele mesmo, sem mais explicações.

Além da presidente Janete Vargas Simões, foram empossados o vice-presidente, Fernando Zardini, o corregedor-geral da Justiça, desembargador Ewerton Schwab Pinto Júnior, e o vice-corregedor, Robson Luiz Albanez.

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