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Os sinais de que a candidatura de Contarato ao governo do ES vai ser retirada

Senador marcou 11% em pesquisa Ipec, ficando em segundo lugar. Mas direção nacional do PT tem planos que vão além do estado. Encontro marcado para sábado (11) já foi "rebaixado" de categoria

Vitória
Publicado em 09/06/2022 às 16h31
Senador Fabiano Contarato e ex-presidente Lula
Senador Fabiano Contarato ao lado de Lula A prioridade do PT é eleger o ex-presidente. Crédito: Twitter/@ContaratoSenado

O PT local preparava-se para "colocar o bloco na rua" pela candidatura ao governo do senador Fabiano Contarato, como afirmou, em abril, a presidente estadual dos petistas, Jackeline Rocha. A militância estava e está animada com a possibilidade de concorrer ao Palácio Anchieta com um nome competitivo – o senador marcou 11% na pesquisa Ipec, ficando em segundo lugar. Mas, ao que tudo indica, não vai ser desta vez.

O PT e o PSB do governador Renato Casagrande já estão juntos nacionalmente, como denota a chapa Lula-Alckmin. Falta aparar arestas nos estados e a daqui deve limar Contarato da jogada.

Um evento marcado para o próximo sábado (11) que, originalmente, seria para o lançamento do senador ao governo, ganhou ares de "discussão de plano de governo" a ser apresentado ou a um candidato próprio ou a quem o PT vier a apoiar, ou seja, Casagrande.

As lideranças nacionais do PT que cuidam das tratativas com os estados, a presidente Gleisi Hoffmann e os deputados federais Paulo Teixeira e José Guimarães, já sinalizaram aos líderes locais que a segunda opção é a mais provável. A mudança de caráter do evento de sábado dá a dica.

O próprio Contarato deve estar presente. Na reunião do diretório estadual do PT, na noite desta quarta-feira (8), ele não compareceu, pois está em agenda no Uruguai. A reunião selou o "rebaixamento" do encontro.

Mas o senador, de acordo com fontes do PT, está ciente da movimentação.

Casagrande também conversou com petistas locais, na última segunda-feira (6), e mostrou-se disposto a declarar voto em Lula, "do jeito dele", segundo um petista. Ou seja, sem muito estardalhaço.

Palanque exclusivo para o pré-candidato do PT à Presidência da República, no entanto, não vai rolar, como o próprio governador já havia dito à coluna.

Assim que o nome de Contarato for retirado, o partido deve passar a pleitear espaços na chapa de Casagrande, como os postos de candidato a vice e a senador. Este último é cobiçado por vários aliados do socialista e promete ser fonte de muitas emoções.

Em entrevista à coluna, o governador pontou que compor a chapa majoritária não é a prioridade do PT e sim a eleição de Lula, tirou por menos.

Quem vai bater o martelo mesmo sobre o destino eleitoral do senador é a direção nacional do PT, que, junto com o PSB, estabeleceu o próximo dia 15 como a data limite para definir as questões nos estados.

Após algumas críticas feitas pela presidente estadual do PT à gestão Casagrande, Gleisi entrou em contato, no final de abril, com dirigentes locais pedindo a adoção de um discurso mais ameno, pavimentando assim o caminho para uma possível aliança.

Afinal, ficaria, no mínimo, chato, um "casamento na delegacia". Casagrande, ao adotar um tom de conciliação na segunda-feira, mais encorajador do que o que utilizou na primeira reunião com o PT, em 12 de abril, também tentou um acordo local, sem que fosse necessária uma imposição da direção nacional do PT.

Quem não vai gostar nada da retirada de Contarato da jogada é a militância, a base do partido que, como já mencionado, estava empolgada com a ideia de concorrer ao Palácio Anchieta.

Além disso, convenhamos, Casagrande não ofereceu muita coisa em troca do apoio dos petistas. As costuras nacionais, embora não seja o cenário ideal para uma aliança, é que vão ditar a parceria local.

O PT nacional tem interesse em outros estados, pode usar o Espírito Santo apenas como moeda de troca para obter o apoio do PSB nesses locais, sem esperar mesmo que o governador faça grandes gestos.

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