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Dinheiro no caixa é vendaval: a discórdia entre os candidatos ao governo do ES

R$ 6 bilhões em superávit "sobraram" de 2021 para 2022. Casagrande diz que, graças a isso, o estado tem dinheiro para arcar com a queda do ICMS dos combustíveis e outros imprevistos

Vitória
Publicado em 29/08/2022 às 21h19
Audifax Barcelos, Carlos Manato, Guerino Zanon e Renato Casagrande durante o evento Diálogo com o Setor Produtivo
Audifax Barcelos, Carlos Manato, Guerino Zanon e Renato Casagrande durante o Diálogo com o Setor Produtivo. Crédito: Alexandre Mendonça/Findes

A quantidade de dinheiro no caixa do governo do Espírito Santo é motivo de discórdia entre os candidatos ao Palácio Anchieta. Para uns, tem dinheiro demais guardado, com objetivos pouco republicanos.

O governador Renato Casagrande (PSB) rebate: ter uma poupança é importante para enfrentar imprevistos, sinal de uma boa gestão.

Estamos falando de R$ 6 bilhões que "sobraram" de 2021 para 2022. O valor é resultado de superávit, de economia. De acordo com o governador, R$ 3 bilhões já estão comprometidos. Empenhados (reservados) para arcar com a continuidade de obras ou se avolumando para garantir dinheiro suficiente para cobrir três folhas de pagamento do funcionalismo público, por garantia.

Os outros R$ 3 bilhões estão livres.

"Ele (Casagrande) justificou que metade é carimbado. Errou. Se é carimbado para a Educação por que não usou? Se é carimbado para a Saúde por que não usou? O orçamento não foi usado. Se a prioridade é a Segurança Pública ... só foi usado 80%. Sobrou", apontou o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos (Rede), em entrevista.

"Ou é incompetência ou falta de gestão ou deixou tudo para gastar em ano eleitoral", criticou.

O candidato da Rede, assim como Casagrande, participou do Diálogo com o Setor Produtivo, realizado pelo Fórum de Entidades e Federações (FEF), nesta segunda-feira (29).

Na plateia, empresários. Boa parte do PIB capixaba estava reunida lá, no auditório do Hotel Senac Ilha do Boi, em Vitória.

"Bilhões parados enquanto pessoas passam fome (...) fazer caixa para engordar banqueiro. Comigo (na Prefeitura de Linhares) dinheiro nunca ficou parado na conta. Parece que o governo quer criar PIB. Quem cria PIB são vocês", discursou o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD).

Ele, Audifax e Casagrande não ficaram frente a frente. Cada um falou por 50 minutos, em horários diferentes. Carlos Manato (PL) também participou do evento. Este também criticou a gestão do dinheiro que o estado tem em caixa, mas em outros termos.

Guerino já disse, na primeira entrevista que concedeu como postulante ao governo do estado, em conversa com a coluna, que Casagrande está "igual o Silvio Santos: 'Quem quer dinheiro'". Para o ex-prefeito de Linhares, o governador guardou dinheiro para fazer investimentos em ano eleitoral.

"Ouvi um candidato dizer que 'ah, joga dinheiro pro alto ... Silvio Santos, não sei o quê (...)' as pessoas sabem que a gente tem investimentos em todos os municípios e que a gente tem uma boa gestão. Foi com essa visão de que a pessoa tem que gastar tudo que tem, sem se preparar para o que pode vir à frente, que o Rio entrou na situação que entrou, que Minas Gerais entrou na situação que entrou", argumentou Casagrande, em entrevista após participar do Fórum.

"Imagina se eu não me preparo para enfrentar uma pandemia, uma chuva, uma redução de ICMS. Quantos estados tiveram que entrar na Justiça para não ter redução de ICMS. Eu, na mesma hora que aprovou no Congresso, eu adotei aqui (a redução do ICMS cobrado sobre os combustíveis) porque tenho condições de adotar. Se eu não tivesse condição, eu ia começar a atrasar folha de pessoal daqui a pouco", complementou.

"Fico feliz que haja essa crítica porque é uma crítica a quem faz uma boa gestão", provocou o socialista.

Casagrande foi o último a falar. As apresentações, respondendo a perguntas iguais elaboradas pelo fórum, ocorreram em ordem alfabética: Audifax, Carlos (Manato), Guerino e Renato (Casagrande).

Um assessor do governador estava na plateia e certamente repassou à equipe e ao chefe o que os adversários haviam falado. Assim, o governador pôde rebater também à plateia as críticas ao dinheiro "guardado".

"Vejo que alguns adversários criticam que temos poupança, mas poupança é fundamental. Agora mesmo estamos perdendo R$ 1 bilhão (com a redução da arrecadação de ICMS). Compramos vacina (na pandemia de Covid) porque tínhamos dinheiro para comprar. Passamos a tormenta e teremos dias melhores", prometeu.

A seleção dos participantes foi baseada nas melhores colocações na pesquisa do Ipec publicada pela Rede Gazeta em 17 de agosto.

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