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As condições de Helder Salomão para ser candidato ao governo do ES

Deputado federal do PT é pré-candidato à reeleição, mas pode ser deslocado para a corrida pelo Palácio Anchieta

Vitória
Publicado em 16/09/2025 às 03h40
Helder Salomão durante encontro estadual do PT-ES
Helder Salomão durante encontro estadual do PT-ES. Crédito: Rodrigo Gavini/PT-ES

Em entrevista logo após tomar posse como novo presidente do PT-ES, o deputado estadual João Coser ressaltou mais de uma vez que o deputado federal Helder Salomão "se colocou como pré-candidato" ao governo do Espírito Santo. "Vocês ouviram a fala dele", afirmou Coser, referindo-se ao discurso feito pelo correligionário naquele mesmo sábado (13).

Helder, realmente, colocou-se à disposição para concorrer ao Palácio Anchieta, mas listou uma série de condições para tal. Tanto que ele é, ao mesmo tempo, pré-candidato à reeleição à Câmara Federal.

Essa posição singular reflete os riscos de uma empreitada pelo governo estadual, que foram explicitadas pelo próprio parlamentar ao elencar os requisitos que o fariam disputar o Palácio. Vamos a eles:

1) "CANDIDATURA PARA VALER"

"Se tivermos uma candidatura para valer eu posso, sim, representar o PT, mas não brinquemos com isso. Vimos o que aconteceu em 2022. Na "hora H" tivemos que recuar da candidatura de Contarato", afirmou o deputado.

Naquele ano, o partido lançou o senador Fabiano Contarato como pré-candidato ao governo estadual, mas, por decisão da direção nacional do partido, o nome dele foi retirado da disputa e a sigla apoiou a reeleição de Renato Casagrande (PSB).

"(A candidatura ao governo só vale a pena) se for um projeto coletivo. Precisamos ter o aval do presidente Lula, com Lula apoiando decisivamente o projeto. Se Lula e a direção nacional não estiverem conosco para valer...".

2) O PALANQUE

"Um palanque esvaziado aqui não vai ajudar o Lula e vai atrapalhar o Contarato (pré-candidato à reeleição ao Senado) e colocar em risco a possibilidade de a gente fazer dois federais", alertou Helder.

Quem apoiaria uma eventual candidatura do PT ao Palácio? PSB e PDT já estão ao lado de Ricardo Ferraço (MDB).

No campo da esquerda, restariam PV e PCdoB (que estão federados com o PT), PSOL e Rede.

São siglas de menor porte, em comparação a PSB, PDT e a outras de direita e centro-dirita que estão no palaque de Ricardo e demais pré-candidatos ao governo.

3) A CHAPA DE FEDERAL

Helder foi o candidato a deputado federal mais votado do Espírito Santo em 2022 (120.337 votos) e, logo, é um potencial puxador de votos para o mesmo cargo em 2026. A presença dele na chapa ajudaria os demais candidatos.

Se ele disputar o Palácio Anchieta, a alternativa é deslocar a deputada estadual Iriny Lopes da chapa de postulantes a vagas na Assembleia Legislativa para a corrida por cadeiras na Câmara dos Deputados.

Mas há o risco de o desempenho do partido não ser o mesmo sem Helder na chapa. Isso tornaria mais difícil, por exemplo, a eleição do próprio Coser, que é pré-candidato a deputado federal.

"Se o Helder 'sobe' para governador, quem vai para a chapa de federal? Iriny. Mas chega lá na frente dizem que não podemos ter candidato a governador...", resumiu o próprio Helder.

"FOGUEIRA"

Em resumo, o parlamentar até topa ser candidato ao governo, mas não apenas para marcar posição, num clima de "só para constar" em que nem o próprio partido se esforça verdadeiramente pela vitória. O que é raro, mas acontece muito.

"Se fosse por desejo pessoal, eu não seria candidato a governador nunca, mas sou de projeto, estou pronto para qualquer tarefa. Mas não é razoável colocar numa fogueira o nosso maior patrimônio eleitoral proporcional (a candidatura de Helder à reeleição)", definiu o próprio deputado federal.

Coser não fez tantas ponderações quanto à ideia de lançar um nome ao Palácio Anchieta, mas admitiu, no discurso que fez à militância:

"Não dá para empurrar o Helder para uma candidatura ao governo sem ter estrutura".

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