O prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, está sem partido desde março, em busca de uma legenda que lhe garanta condições para disputar o governo do Espírito Santo. Em agosto, o presidente estadual do PP, deputado federal Da Vitória, afirmou que a filiação de Arnaldinho ao Progressistas ocorreria "em breve", mas, até agora, isso não se concretizou.
Por que? O fato é que o PP não prometeu a Arnaldinho espaço para disputar o Palácio Anchieta. O partido está federado com o União Brasil, que declarou apoio ao vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), outro pré-candidato ao governo.
Nesse cenário, Arnaldinho vai mesmo ingressar na federação?
"Não vou ser pedra de tropeço para ninguém, isso significa que eu não quero entrar para dificultar a vida de ninguém. Ou eu entro para somar, para construir, para que a gente possa ser um um caminho viável, ou eu não entro", respondeu o próprio prefeito.
"O que ficou combinado é que eu, com outros atores políticos da federação, iríamos dialogar para construir esse caminho", completou.
Ele concedeu entrevista exclusiva à coluna na sexta-feira (17), durante o Pedra Azul Summit, evento realizado pela Rede Gazeta.
Integrantes do União e do PP, conforme a coluna apurou nos bastidores, já não creem na filiação do prefeito, considerando que o Progressistas não vai "antecipar" decisões sobre o pleito de 2026.
"Ele vai se filiar por qual motivo? Se o único motivo dele é disputar o governo do Espírito Santo, aqui (na federação) ele não tem mesmo essa garantia", revelou um membro da União Progressista.
Da Vitória, por sua vez, preferiu sair pela tangente: "Ele (Arnaldinho) tem todas as condições (de disputar o governo estadual), mas é preciso um tempo para trabalhar isso. Ele tem possibilidade, sim, mas a gente tem que trabalhar melhor".
Com esses dois "mas", fica bem claro que Arnaldinho não tem garantia alguma no PP.
"E por que teria? Ele tem abordado os partidos com uma certa arrogância, como se fosse a última bolacha do pacote, a última Coca-Cola do deserto", alfinetou um crítico do prefeito. Tal crítico é defensor da candidatura de Ricardo Ferraço ao Palácio.
Na entrevista à coluna, porém, Arnaldinho fez questão de ressaltar que não quer forçar a barra.
"O que eu posso dizer para você é que estou muito tranquilo. Não estou com pressa. Temos até abril para tomar a decisão", afirmou o prefeito, referindo-se ao prazo da legislação eleitoral. Quem quiser ser candidato a qualquer cargo em 2026 tem que estar filiado a um partido até o início de abril do ano que vem.
E Arnaldinho poderia ser candidato a outro cargo, sem ser o de governador? Por vezes, isso é especulado.
O prefeito de Vila Velha é aliado do governador Renato Casagrande (PSB) e, dentro do grupo casagrandista, disputa protagonismo com Ricardo. O emedebista, ao menos até agora, tem levado a melhor.
VICE OU SENADOR
Na hipótese de Arnaldinho não conseguir viabilizar a própria candidatura ao Palácio, há quem avalie que ele poderia se aventurar como postulante ao Senado, ou como vice na chapa liderada por Ricardo.
Só que isso envolve um grande risco. O prefeito teria que renunciar ao mandato canela-verde para tentar a sorte em 2026, qualquer que seja o cargo que disputar.
Questionado pela coluna, Arnaldinho não rechaçou a ideia, mas tampouco a abraçou.
"Político nenhum tem apenas uma opção. Tem uma, duas, três, quatro, tem cinco opções, mas a minha opção é ser candidato ao governo do estado, é o meu desejo. No momento, não passa pela minha cabeça nada diferente de governo", respondeu.
LEIA MAIS COLUNAS DE LETÍCIA GONÇALVES
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.
