As marcas chinesas deixaram de ser promessa e passaram a ser realidade no mercado automotivo brasileiro. A cada ano, surgem novos anúncios, novas operações e novos produtos. Agora, três nomes ganham destaque nesse movimento: Geely, MG e Jetour. Cada uma com sua estratégia, pertencendo a grandes grupos globais e com propostas bem definidas para disputar espaço por aqui.
A Geely é um bom exemplo de como a indústria chinesa amadureceu. O grupo Zhejiang Geely Holding é dono ou acionista de marcas consagradas como Volvo, Polestar e Lotus. Isso significa acesso a plataformas modernas, tecnologia avançada e um padrão de desenvolvimento que já conhecemos bem.
No Brasil, a Geely iniciou sua operação apostando no EX5, um SUV elétrico que chega com a missão de competir em custo-benefício, oferecendo bom nível de equipamentos e tecnologia embarcada. A expectativa é que a marca mantenha foco em elétricos e crossovers, aproveitando a experiência global do grupo, mas o sucesso vai depender diretamente da construção de rede e do pós-venda.
A MG, tradicional marca britânica hoje controlada pelo grupo chinês SAIC, retorna ao Brasil com uma estratégia clara de eletrificação. A estreia acontece com três modelos totalmente elétricos, reforçando a intenção de disputar um público que busca carros mais tecnológicos, com design moderno e uma imagem um pouco mais sofisticada. A MG aposta forte em garantia, estrutura de concessionárias e presença física, para ganhar a confiança do consumidor brasileiro.
Já a Jetour, marca do grupo Chery, chega com um posicionamento diferente. A estreia está prevista para 2026 e a estratégia inicial será focada em SUVs híbridos plug-in, escolha que faz sentido para um país onde a infraestrutura de recarga ainda é limitada em muitas regiões.
Os híbridos oferecem a vantagem do consumo reduzido sem depender exclusivamente de carregadores, o que pode atrair um público mais conservador ou que ainda não está pronto para o elétrico puro. A Jetour também se beneficia da estrutura global da Chery, o que ajuda em escala, desenvolvimento e custos.
O ponto em comum entre essas três marcas está na forma como os produtos são pensados. Design chamativo, bom pacote tecnológico, sistemas de assistência à condução e preços competitivos fazem parte da receita. A concorrência tende a ficar mais acirrada, especialmente em segmentos como SUVs e eletrificados, pressionando as marcas tradicionais a se mexerem.
Para o consumidor, isso é positivo. Mais opções, mais tecnologia e, na maioria dos casos, mais equipamentos pelo mesmo valor. Mas vale o alerta: preço não pode ser o único critério. É fundamental avaliar garantia, rede de concessionárias, disponibilidade de peças e a reputação da marca no pós-venda. Comprar um carro vai muito além da entrega da chave.
A entrada dessas marcas também levanta uma reflexão importante sobre sustentabilidade do mercado. Parte dessa competitividade vem de investimentos pesados do governo chinês na indústria automotiva, o que permite oferecer mais por menos.
A grande questão é quais marcas conseguirão se manter no longo prazo, criando relação de confiança com o consumidor brasileiro e entregando uma experiência completa.
No fim das contas, Geely, MG e Jetour ampliam o leque de escolhas e elevam o nível de disputa. Para quem está pensando em trocar de carro, o momento é interessante, desde que a decisão seja tomada com informação, cautela e olhar atento para tudo o que envolve o uso do veículo no dia a dia, não apenas o preço da etiqueta.
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