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Quartzitos e mármores mais resistentes são os queridinhos da vez na Cachoeiro Stone Fair 2025

Rochas ornamentais de alta resistência foram a tendência mais forte apresentada durante a Cachoeiro Stone Fair, que também trouxe a exclusividade de móveis em pedra assinados por designers

Vitória
Publicado em 28/08/2025 às 19h04
Atualizado em 28/08/2025 às 19h04
Cama esculpida em pedra maciça: formatos maiores estão em alta . Crédito: Karine Nobre
Cama esculpida em pedra maciça: formatos maiores estão em alta . Crédito: Karine Nobre

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM (ES) – A busca por quartzitos e mármores dolomíticos, materiais conhecidos pela alta resistência, tem dominado os estandes da Cachoeiro Stone Fair, principal feira do setor de rochas ornamentais do Espírito Santo, que acontece até sexta-feira, 29.

O evento, que reúne expositores de pedras naturais e fabricantes de equipamentos, apontou uma tendência clara: o consumidor final, tanto do mercado interno quanto do exterior, está em busca do novo, priorizando peças grandes, exclusivas e com acabamentos que fogem do tradicional polido.

A justificativa para a preferência por esses materiais vai além da estética. De acordo com representantes do setor, a composição mineralógica das rochas que se tornaram as campeãs de popularidade.

“Os quartzitos e os mármores dolomíticos têm uma concentração maior de quartzo, o que dá mais resistência para usar na cozinha e no banheiro, por exemplo”, explica Afonso Rodrigues, gerente comercial da MGA.

Cachoeiro Stone Fair 2025
Mesa feita de pedra natural. Crédito: Karine Nobre

Sobre o mármore dolomítico, a gerente comercial da Super Clássico Granites, Mariana Scaramussa, ainda acrescenta que podem ser usados em áreas molhadas, inclusive, como bancadas de banheiro. A empresa, inclusive, estava apresentando um revestimento de mármore para piscinas que, inclusive, não precisa ser impermeabilizado.

E por falar em sair do básico, outra tendência observada são os mobiliários assinados, que atraem por ser peças exclusivas, seja pelas dimensões, seja pelo desenho das pedras. A CEO da Potencial Pedras, Mayanne Moreira, aposta nessa tendência, inclusive com a parceria do Estúdio Ubuntu que assina peças únicas e registradas.

O material Cristallys da empresa estava exposto em formato de mobiliário e também como painel. “O cristal é o material que está mais em alta, pois as pessoas estão buscando o que é translúcido, já que essa é uma tendência que veio para ficar. “, complementa

Cachoeiro Stone Fair 2025
Piscina revestida com mármore. Crédito: Karine Nobre

Mercado interno descobre variedades antes exportadas

Um movimento observado pelas empresas é a abertura do mercado brasileiro para variedades de pedras que antes eram quase que exclusivamente destinadas à exportação. "Muitos produtos eram destinados somente para exportação pelo retorno financeiro maior e porque o Brasil ainda não conhecia certas variedades de materiais. Antes, o público que ia comprar buscava principalmente o mármore italiano", observa o gerente comercial da MGA.

Isso mostra uma intenção do cliente local de buscar outras pedras e tonalidades além do tradicional, segundo afirma a gerente comercial da Marbrasa, Adriana Alemães. "Os clientes estão buscando o novo. Na linha dos quartzitos tem uma infinidade de materiais com movimento e cores diferentes. Eles querem sair do tradicional e do básico".

Cachoeiro Stone Fair 2025
Rocha bruta e esculpida mostrando diversidade de aplicações. Crédito: Karine Nobre

Mas as cores claras ainda são as que continuam no topo, principalmente no mercado interno, como conta o vendedor da Magnitos, Douglas Butzke, confirma a tendência por cores claras no mercado interno. "O quartzito no mercado interno tem tido preferência alta para cores mais claras e materiais cristalizados. O material mais procurado é o Taj Mahal, todo branco", acrescenta.

A mesma tendência é observada pela gerente comercial da Super Clássico Granites. “No Espírito Santo, a busca maior tem sido pelos quartzitos mais claros, apesar de serem também bastante procurados no restante do país. Mas cada região tem materiais que expressão a cultura de cada Estado, como o Mato Grosso, que tem uma procura maior por materiais mais esverdeados”,diz.

Tendências em aplicações

Outra tendência que tem se consolidado é a grandiosidade, deixando as peças pequenas e tradicionais em segundo plano. “Fizemos para a feira uma área gourmet com duas bancadas grandes, mostrando a possibilidade de usar o quartzito na área externa para trazer grandeza. Peças pequenas e tradicionais estão em baixa. As pessoas querem peças maiores e fora do comum", disse Adriana Alemães.

Cachoeiro Stone Fair 2025
Detalhes de árvore feita com rocha ornamental. Crédito: Karine Nobre

Outro destaque forte é o uso das rochas em mobiliário e peças assinadas, saindo da aplicação restrita a pisos e bancadas. A MGA, por exemplo, expôs uma cama maciça de pedra. "Trabalhamos mobiliário fora do piso e bancada. Todas são peças maciças. Fiz a cama para chamar a atenção, mas descobrimos que existe um mercado para peças esculpidas. E são peças, geralmente, assinadas pelo profissional que a desenhou. É sobre exclusividade", contou Afonso Rodrigues.

Mayanne Moreira, CEO da Potencial Pedras, seguiu a mesma linha ao trazer peças de mobília assinadas. "O translúcido é uma das tendências mais fortes. É uma rocha natural exclusiva, única, usada em um detalhe, uma parede iluminada", comentou.

Os acabamentos também evoluíram. O polido, mais brilhante e tradicional, está sendo substituído por texturas mais suaves e naturais. "O acabamento escovado está bem forte. No piso, o acetinado está saindo do brilho", aponta a gerente comercial da Marbrasa, Adriana Alemães.

DNA capixaba

Cachoeiro Stone Fair 2025
Área feita em pedra com aplicações diversas. Crédito: Karine Nobre

Para os profissionais de design e arquitetura, responsáveis por especificar esses materiais em seus projetos, estar na Cachoeiro Stone Fair é uma oportunidade de ver de perto as tendências e as possibilidades de aplicações.

A regional do Espírito Santo da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea-ES) organizou uma visita técnica para conhecer de perto o trabalho de uma pedreira e da extração de rochas, além do beneficiamento dessas pedras, finalizando o dia na feira.

“Entendemos que o mercado local precisa desse suporte, de fazer o especificador conhecer as pedras do Espírito Santo. Essa parceria com o Centrorochas é uma forma de preservar a identidade do nosso Estado, que é um grande exportador desse material. Estamos colocando no DNA do arquiteto, do designer capixaba o interesse em trabalhar com um material que é daqui do Espírito Santo”, atenta o presidente da Asbea-ES, Heliomar Venâncio.

Para a arquiteta Giedre Ezer, que esteve na comitiva da Asbea-ES, a Stone Fair é uma vitrine essencial para entender as possibilidades. “A feira traz sempre novidades, com cores, novas jazidas. No escritório, não conseguimos ver a dimensão das características e qualidades do material. Aqui, compreendemos melhor onde aplicar e isso dá mais segurança para explicar para o cliente", conta.

Ela ainda ressalta a diversidade de preços. “Tem materiais para todos os bolsos. É possível, dentro da capacidade financeira do cliente, especificar o material certo, desde as rochas mais naturais até as mais ousadas”, avalia.

Mesa de canto em formato orgânico. Crédito: Karine Nobre
Mesa de canto em formato orgânico. Crédito: Karine Nobre

Daniele Lima, outra arquiteta presente, enfatizou a versatilidade atemporal do material. “O acabamento das pedras permite que possamos trabalhar de várias formas, usando a criatividade. A pedra nunca vai sair de moda”.

A Cachoeiro Stone Fair vai até sexta-feira, 29, no Parque de Exposição Carlos Caiado Barbosa, em Cachoeiro de Itapemirim, das 14h às 20h. São 30 mil metros quadrados de exposição com mais de 200 marcas de todos os estados do Brasil e de outros 25 países. A expectativa é de que a feira receba 16 mil visitantes, integrantes da cadeia produtiva do setor, incluindo marmoristas, distribuidores, arquitetos, decoradores e demais profissionais ligados à construção civil.

*Jornalista viajou a convite da Asbea-ES.

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