Na última sexta-feira (14), o governo dos Estados Unidos anunciou uma redução de 10 pontos percentuais na tarifa de importação imposta em cima de produtos brasileiros como café e carne: de 50% para 40%. Trata-se de um corte muito distante do necessário para colocar a produção do Brasil em pé de igualdade com a concorrência. Embora reconheçam os avanços, os exportadores afirmam que é preciso continuar na mesa de negociação com os EUA.
"Houve uma redução de 50% para 40%, é alguma coisa, mas os nossos concorrentes seguem com uma vantagem muito grande sobre nós. O Vietnã, que é o maior produtor de conilon do mundo, está zerado. Dificulta muito a competição no maior mercado de café do mundo, que são os Estados Unidos. Precisamos, governo e instituições, seguir negociando, aliás, precisamos de ainda mais força nas negociações. Precisamos encontrar um caminho para mitigar essa tarifa que é a maior em vigor", disse Fabrício Tristão, presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória.
Os Estados Unidos são o maior destino do café solúvel e de algumas qualidades de arábica, caso dos especiais, produzidos no Brasil. Portanto, trata-se de um grande comprador de itens de maior valor agregado, além de comprarem em grande quantidade. O Espírito Santo tem um dos maiores parques produtores de café solúvel do mundo, com unidades importantes em Linhares (Ofi e Cacique) e Viana (Realcafé), e tem lavouras relevantes de arábicas especiais, principalmente nas montanhas.
"Os exportadores, claro, buscam alternativas, mas não é tão simples. Existe um processo de aprovação de qualidade, o gosto do consumidor, a própria logística existente, enfim, há uma complexidade. Não se muda de comprador, principalmente lá fora, de uma hora para outra. Claro, há um dever de casa a ser feito, mas precisamos focar nas negociações, é muito importante para a economia do agronegócio capixaba", disse Tristão.
Por ano, o Espírito Santo produz cerca de 18 milhões de sacas de conilon, algo perto de 70% da produção brasileira, e pouco mais de 3 milhões de sacas de arábica. O café está em 60 mil propriedades do Estado.
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