
A indústria de rochas ornamentais, uma das mais severamente atingidas pelo tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já começou a enfrentar os primeiros impactos. Muito embora a medida, caso não haja nenhuma reviravolta, comece a valer em 1º de agosto, compradores norte-americanos já começaram a pedir para adiar pedidos e embarques já foram cancelados.
“O anúncio, por parte dos Estados Unidos, se deu no final da tarde de quarta-feira e, já na quinta-feira, os compradores norte-americanos começaram comunicar a suspensão dos pedidos e cancelamento de embarques de contêineres até que a situação tenha um desfecho. É um momento muito complicado”, lamentou Tales Machado, empresário do setor e presidente do Centrorochas (entidade que representa os exportadores).
A indústria de rochas exportou, no ano passado, US$ 1,2 bilhão, mais da metade disso, US$ 711 milhões, foram para os Estados Unidos. Por causa dessa alta concentração, a decisão de Trump, caso de fato saia do papel, é uma bomba de alto poder destrutivo para o setor.
“Já passei por muita coisa, mas nunca houve nada parecido. Nos atentados de 2001 (às torres gêmeas de Nova York) e na pandemia, a pancada foi bem forte, mas a nossa situação era igual a dos concorrentes. Agora não, só nós estamos sendo afetados. É o que mais preocupa. Mantido isso, vamos perder competitividade e os concorrentes vão assumir um mercado que era nosso, mesmo que volte depois, teremos perdido muita coisa. Será um golpe muito forte. Estamos nos movimentando, dentro das limitações, para evitar o pior. É uma situação grave”, explicou Machado.
Os empresários estão em contato com deputados e senadores e mostrando o tamanho do estrago que se avizinha. O setor de rochas, no Espírito Santo, movimenta R$ 15 bi por ano e emprega mais de 30 mil.
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