Mesmo com a desaceleração observada em todo o país na liberação dos recursos do Plano Safra 2025/2026, o Sicoob manteve o pé no acelerador e cresceu 8% em relação aos primeiros três meses da safra 2024/2025, totalizando R$ 886,7 milhões em financiamentos e 3.293 operações contratadas. No Brasil, de acordo com o Banco Central, foram liberados R$ 100,2 bilhões de crédito rural entre julho e setembro, queda de 22% em relação ao mesmo período do ano passado. No Espírito Santo, a queda foi de 13%, de R$ 3 bi para R$ 2,63 bilhões.
"Em período de baixa ou de alta nas atividades agropecuárias, o Sicoob se mantém como parceiro. Nosso surgimento está diretamente ligado à necessidade dos produtores rurais terem acesso ao crédito. Os produtos consideram as particularidades de cada região e o planejamento de longo prazo", explicou o presidente do Sicoob Central ES, Bento Venturim.
Até o final da safra, em junho de 2026, o Sicoob planeja financiar R$ 60 bilhões em todo o Brasil, sendo R$ 4 bi no Espírito Santo. "O momento é propício para que os produtores avaliem investimentos que fortalecem a gestão rural e garantem maior estabilidade mesmo em períodos de variação do mercado", argumentou o gerente de Crédito e Agronegócio do Sicoob Central ES, Eduardo Ton.
O agronegócio do Espírito Santo vive um momento interessante. O grande tomador de crédito no Estado é o produtor de café. Nos últimos anos, as lavouras cresceram forte por causa dos preços elevados e da explosão das exportações, principalmente do conilon. Tudo causado pelas quebras de safra na Ásia. Esse movimento trouxe junto o (ou foi empurrado pelo) crédito ao agro, que cresceu muito forte nos últimos anos. O momento atual é de preços mais baixos da saca de café (mas ainda muito atrativos), de queda nas exportações (mas em patamares muito acima do começo da década) e de produtores capitalizados, que estão investindo na lavoura e em maquinário. Estes são os motivos de a queda no financiamento estar sendo menor aqui do que no restante do país.
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