Há alguns anos morando em Portugal, o advogado Márcio Brotto, um dos mais conhecidos do Espírito Santo, foi para lá, em princípio, para ampliar a atuação de seu escritório. Entretanto, com o passar do tempo, ele viu "um mar de oportunidades" para empresas brasileiras na Europa. Por isso, há um ano, ele decidiu criar uma empresa voltada para a internacionalização das operações: a Ene Inteligência Empresarial. Convidou para ser seu sócio na empreitada o economista Luiz Fernando Mello Leitão.
"Tenho 32 anos de advocacia e sempre fiz muita coisa no exterior. Já via que tinha muita oportunidade, mas a coisa ganhou corpo quando fui morar em Portugal. Chegava a ser demandado, mas não tinha nada sistematizado, por isso, resolvemos criar a empresa de internacionalização. A gente entende Portugal como a porta de entrada das empresas brasileiras para a Europa. Não é um caminho simples, depende de muita coisa, mas vale o esforço, o mercado é grande, tem valor agregado e se mostra muito promissor", explicou Brotto.
A Ene funciona há três meses e o primeiro contrato foi fechado com o Grupo Lamoia, de Piúma, que vai passar a vender seus produtos em Portugal. "O Grupo Lamoia possui uma fábrica de açaí na Itália e agora vai entrar no mercado português. A cultura é diferente, assim como a regulação, a parte tributária e a burocracia, enfim não é simples, mas pode ser a porta de entrada para alcançar o segundo maior mercado consumidor do mundo, que é a Europa. Já estamos em conversas com empresas de tecnologia, educação, indústrias e outras áreas. Além disso, já temos demanda de empresas da Europa querendo vir para o Brasil. É uma via de mão dupla", assinalou Leitão.
Eles enxergam enormes possibilidades, por exemplo, para empresas de incorporação, cosméticos e tecnologia. Pelas contas da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira, o investimento direto de empresas brasileiras em Portugal deve crescer 50% nos próximos três anos, impulsionado justamente pelo interesse em expandir para toda a Europa.
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