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Lentidão do Ministério da Agricultura impede capixabas de exportar peixe por Vitória

Órgão pede, no Espírito Santo, cinco dias úteis para a emissão do Certificado Sanitário Internacional. Em outros estados, sai em até 12 horas

Publicado em 24/10/2023 às 03h52
Airbus 330-220F da colombiana Avianca Cargo chega a Vitória e inaugura rota internacional de cargas
Airbus 330-220F, da colombiana Avianca Cargo, chega a Vitória e inaugura rota internacional de cargas. Crédito: Vinícius Zagoto

Desde meados de agosto que o Aeroporto Eurico Salles possui mais uma rota internacional de cargas: Miami-Vitória-Bogotá. Ótima notícia para importadores e exportadores? Nem tanto. A indústria capixaba de pescados não consegue exportar peixe fresco por Vitória, uma beleza sob o ponto de vista logístico, porque o Ministério da Agricultura, sob a alegação de falta de estrutura, pede cinco dias úteis para a emissão do Certificado Sanitário Internacional (CSI), documento obrigatório para a movimentação desse tipo de carga. Na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, o documento sai em até 12 horas.

"Estamos falando de uma carga fresca, perecível, não podemos esperar cinco dias úteis apenas para a liberação do CSI, a operação fica inviabilizada. O que está acontecendo é que estamos fazendo a liberação por Rio e São Paulo e, consequentemente, exportando por lá. O custo do transporte acaba reduzindo a nossa competitividade. Quem está exportando pela nova rota internacional de Vitória são os fabricantes de Bahia, que emitem o CSI por lá, que fica pronto em até 12h, e trazem a carga para cá", explicou Simone Marconi, vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Pesca do Estado do Espírito Santo (Sindipesca-ES).

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) enviou um ofício ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, um ofício pedindo mais celeridade na emissão do Certificado Sanitário Internacional, mas, até agora, nada mudou. "Já fizemos vários contatos com o Ministério da Agricultura, mas nada avançou. Temos a rota, temos o produto, mas não conseguimos emitir o documento. Situação muito ruim, precisa ser resolvida o quanto antes", disse a empresária.

Hoje, o volume de pescados vendido pela indústria capixaba para o exterior fica, na média, em 120 toneladas por mês. Com a logística facilitada e, consequentemente, custos mais baixos a tendência é de crescimento. Mas, para isso, o certificado emitido pelo Ministério da Agricultura precisa sair em um prazo adequado.

Atualização

24 de outubro de 2023 às 11:56

Guilherme Gomes de Souza, superintendente do Ministério da Agricultura no Espírito Santo, entrou em contato com a coluna e disse que o CSI, aqui pelo Espírito Santo, pode ser emitido em menos de um dia. "Basta que seja feito um agendamento com 72h de antecedência, como acontece na venda de carne. Além disso, o sistema do CSI permite que o certificado seja emitido por qualquer unidade da federação, não precisa ser presencial, não precisa ser aqui pelo Espírito Santo. Fiquei surpreso com a situação, nem ficamos sabendo desse ofício que a Findes enviou para Brasília". Souza reconheceu que a unidade capixaba sofre com a falta de estrutura. "Temos problemas, por exemplo, não funcionamos nos finais de semana. Outras unidades funcionam. O agronegócio está crescendo forte no Estado e isso gera uma pressão maior pelos nossos serviços. Vai haver um concurso público em fevereiro e a expectativa é de que recebamos reforço ainda no primeiro semestre de 2024".  

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