
Há algum tempo que a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) é um dos principais fóruns de debate sobre infraestrutura no Estado. A entidade entende que o tema é fundamental para o desenvolvimento capixaba e, claro, do setor. "Algo perto de 80% das exportações do Espírito Santo saem da indústria. Se não tivermos boas condições logísticas, não conseguiremos competir lá fora", pondera Paulo Baraona, presidente da Findes. Diante da constatação, a instituição tomou a decisão de aprofundar ainda mais o tema, com uma diferença, chamou federações de outros estados (com interesses parecidos com os do Espírito Santo) para participar.
"A questão da infraestrutura é problemática em todo o Brasil. Entendemos que se o trabalho não for em conjunto vai demorar muito mais para caminhar. Por isso, chamamos as federações de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, cada uma com os seus interesses, para construirmos um plano que tenha pontos de contato. O Brasil é bom de diagnóstico, temos vários estudos e planos, um deles é o chamado Arco Leste, que conecta os portos, da Bahia ao Rio de Janeiro, ao Brasil Central e oeste de São Paulo. Vamos discutir e encontrar saídas para que as mercadorias circulem da melhor maneira possível, observando todos os modais (portos, rodovias, ferrovias, aeroportos e até hidrovias)", explicou Baraona.
As equipes das federações estão debruçadas sobre as estruturas já existentes e sobre os mais variados estudos e projetos de implantações e ampliações. "Queremos algo que seja factível, sabemos que o dinheiro é escasso, portanto, estamos olhando para as estruturas já existentes e para os projetos futuros para encontrarmos as intervenções que sejam mais eficientes e viáveis. Definitivamente não vamos começar do zero, é uma questão de organizar e evoluir". Nesse pacote, olhando para o Espírito Santo, estão BR 262, BR 101, EF 118, renovação da Ferrovia Centro Atlântica e BR 259.
"Goiás, Minas, São Paulo, Bahia e Mato Grosso têm uma enorme produção do agronegócio, que vai continuar crescendo. A eles interessa que as ferrovias e os portos de Rio e Espírito Santo, por exemplo, sejam muito eficientes. Se não forem, não há como escoar a produção, estaremos jogando dinheiro fora. O que estou querendo dizer é que não se trata de um debate local, olhando para os interesses de um Estado, mas de uma discussão brasileira, que observa o interesse comum de todos, que é ter uma infraestrutura eficiente. Tendo, todos vão se beneficiar, é um ganha-ganha. Boa logística é questão básica, precisamos aprofundar e dar qualidade ao debate".
Entre os temas estão: regulação dos modais logísticos, licenciamento ambiental, integração dos modais, aumento de eficiência no transporte de cargas, intervenção em áreas para desenvolvimento de infraestrutura logística e redução de custos logísticos.
O lançamento do Fórum de Infraestrutura do Arco Leste (InfraLeste) acontece na quarta-feira (11), na Findes. Entre as presenças confirmadas estão a do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Sampaio, e a do presidente da Infra S.A., Jorge Bastos.
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