Repórter / mcuzzuol@redegazeta.com.br
Publicado em 25 de agosto de 2021 às 13:12
Está quente, abafado e o capixaba tem se virado como pode para amenizar o calorão que há dias domina praticamente todas as regiões do Espírito Santo. Um efeito da secura causada pela ausência de chuva, combinada com a presença de uma atuante massa de ar seco, é a baixa umidade do ar observada em algumas cidades do Estado, que nesta terça-feira (24) atingiu níveis até abaixo dos 30% em alguns momentos do dia.
Nestas condições, segundo os parâmetros da Organização Mundial de Saúde, já existem riscos à saúde humana, principalmente para as pessoas com problemas respiratórios. O ar mais seco pode irritar as vias respiratórias e favorecer sintomas de alergias e irritações. Por conta deste cenário, o Instituto de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, emitiu um alerta válido até o fim desta quarta-feira (25) para baixa umidade do ar.
Para o alívio dos capixabas, o próprio Incaper também traz a informação de quando o panorama deve começar a melhorar. O meteorologista Hugo Ramos explicou que já para o fim de semana é provável que o "abafado" sentido nesta semana dê uma trégua.
"Antes de mais nada é preciso dizer que estamos no inverno, onde naturalmente o clima dominante é mais seco. Chove menos nesta época do ano e com menos água na atmosfera, a umidade diminuiu. Em alguns pontos isso se acentua e chega ali na casa dos 30%, um pouco mais ou menos. Como tem uma massa seca impedindo a formação de nuvens, essa combinação deixa o clima ressecado. Mas na sexta já devemos começar a ter um vento oceânico soprando para o continente e a sensação de secura vai caindo. Pode até chover isoladamente no sábado em algumas regiões, o que também ajuda neste sentido de melhorar a qualidade do ar", detalhou Ramos.
A umidade relativa do ar é a relação entre a quantidade de água existente no ar (umidade absoluta) e a quantidade máxima que poderia haver na mesma temperatura (ponto de saturação). Ela é um dos indicadores usados na meteorologia para se saber como o tempo se comportará (fazer previsões)
Com os índices de umidade chegando a níveis mais críticos, podendo ficar abaixo até dos 20%, como mostra a área indicada na faixa laranja no mapa do Incaper, surge a comparação com o clima observado em desertos, onde a umidade facilmente atinge níveis inferiores a 15%. Numericamente os percentuais se aproximam, mas o meteorologista do Incaper explica que os cenários não são tão iguais como os números podem indicar.
"Em desertos chove-se muito pouco, índices pluviométricos baixíssimos anualmente e com grande oscilação de temperatura entre o dia e a noite. O que a gente observa aqui no Estado é um período de estiagem um pouco mais acentuado e isso faz com que a umidade também baixe. Mas estamos muito na faixa litorânea e, só por esta localização, já há um vento constantemente mais úmido, o que não acontece nos desertos. A secura é total nestas áreas", disse Hugo Ramos.
Ainda segundo o especialista, as regiões áridas do país são as que mais sofrem com a secura, e de fato pode ter alguma semelhança climática com os desertos. Em um deserto a umidade relativa do ar pode ser inferior a 15%, sendo que a média mundial é de 60%.
"Em cidades como Brasília e situadas no Cerrado ou em regiões mais áridas, pode sim ter uma sensação mais acentuada, pois o ar fica extremamente seco. O Espírito Santo tem clima tropical, que já é naturalmente mais umidificado. Mas obviamente não é uma regra, e eventualmente a gente observa situações mais críticas. Em Pacotuba (Cachoeiro de Itapemirim) e alguns municípios do Noroeste (Colatina e Baixo Guandu) em alguns momentos do dia pode ser que a umidade baixe bastante e incomode", detalhou.
Em relação às temperaturas, os termômetros seguem na faixa dos 30 °C em média na Grande Vitória até o fim da semana. A possibilidade de chuva esporádica para o fim de semana não deve ser suficiente para deixar o tempo mais ameno. O Sol deverá se manter firme no Espírito Santo.
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