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Publicado em 21 de fevereiro de 2025 às 23:33
Campeã do Grupo B em 2024, Rosas de Ouro abriu os desfiles do Grupo de Acesso nesta sexta no Sambão
A Rosas de Ouro foi a primeira escola a desfilar pelo Grupo de Acesso A na abertura do Carnaval de Vitória, na noite de sexta-feira (21), no Sambão do Povo. Atual campeã do Grupo B, a escola trouxe a chuva em meio ao calorão. Com o enredo “No Horizonte eu te vejo - Casarão”, a agremiação destacou a história do Sítio Histórico de Carapina, na Serra. O histórico Casarão de Carapina teve prioridade entre os diversos símbolos escolhidos durante a exibição. A escola entrou na avenida às 22h07 e encerrou o desfile às 22h56 – cumprindo o tempo estipulado no regulamento.
Assim que a escola entrou na avenida, a chuva chegou ao Sambão do Povo. Apesar da mudança no tempo, a agremiação contou com o ânimo de quem estava na arquibancada e nos camarotes. Entre idas e vindas, a chuva não comprometeu o desfile.
Na avaliação do presidente da Rosas de Ouro, Francisco Carneiro, o desfile da escola foi satisfatório. "Foi um desfile dentro do que a gente esperava, Foram muitas dificuldades até aqui, perdemos fantasias, tecidos, alguns instrumentos estragaram. Mas a gente se superou. Na minha opinião, a gente merece seguir no Grupo A", afirmou.
Vinícius Couti e Mariana Calazans foram o 1° casal de mestre-sala e porta-bandeira, com a fantasia “Os Campos Dourados da História”. A escola apresentou dois carros alegóricos, um deles com a reprodução do Casarão de Carapina, e dois tripés, que abordaram o respeito aos povos originários das terras do Espírito Santo e o movimento de produção do engenho de cana-de-açúcar. A comissão de frente trouxe as ruínas do Casarão, com suas lendas e histórias de tesouro, protegidas por fantasmas.
Após o desfile, Francisco Carneiro contou à reportagem de A Gazeta como surgiu a ideia do enredo sobre Carapina: "Eu vi uma reportagem do Em Movimento, da TV Gazeta, e achei interessante. Procurei saber mais detalhes, gostei da história. O Marcelo Braga foi quem desenvolveu o enredo". A reportagem foi veiculada na TV Gazeta meses após uma Capixapédia, de A Gazeta, sobre Carapina. O local, que, segundo estudiosos, teria sido construído no século XIX, está em um trecho importante da Grande Vitória.
A origem da Rosas de Ouro remonta a um grupo de amigos do bairro Serra Dourada III, que, apaixonados pelo carnaval, decidiram transformar um time de futebol chamado Galo de Ouro em uma escola de samba. O objetivo sempre foi levar alegria à avenida e, já no ano de estreia, em 1985, a escola sagrou-se campeã, marcando sua entrada triunfal no mundo do samba.
Ao longo dos anos, a Rosas de Ouro conquistou títulos memoráveis, como os campeonatos do Grupo A em 1985 e 1990, além das vitórias no segundo grupo em 1987 e 1989.
Em 2024, a escola desfilou no Sambão do Povo com o enredo “Gente Floresta”, inspirado na toada do Boi Bumbá Caprichoso. O desfile levou à avenida uma forte mensagem sobre a preservação ambiental e o papel essencial dos povos indígenas na proteção das florestas. O impacto foi tão grande que a Rosas de Ouro conquistou o título de campeã do Grupo B, garantindo sua ascensão ao Grupo de Acesso A para o carnaval de 2025.
Além do enredo, a escola inovou ao ser a única do carnaval capixaba a contar com uma intérprete feminina, reafirmando seu compromisso com a representatividade e a evolução do samba.
Abriu-se a porta do casarão!
Sai pra lá assombração... Que a história eu vou contar!
São João Batista é testemunha, guarda e protege esse lugar
No horizonte em meio a campina
batizada “Carapina”
Conta história verdadeira
De além-mar chegou, oque aconteceu
Catequizaram e levaram o que é meu.
A canoa vai virar, auê, auê!
É o guerreiro Araribóia destinado a vencer
Rosto pintado, arco e flecha em sua mão
Vale tudo em defesa desse chão
Quando a pela preta aqui chegou
A batida do povo ecoou, e o tal tupiniquim?
Viu enriquecer a região
Com a miscigenação se tornou tupi-benin
É o braço forte do engenho!
Que faz brotar do solo a riqueza
Tão bela a casa dos frades
Brilha os olhos da princesa
São lendas, riquezas perdidas
Ruínas que guardam segredos
Oh casarão, no horizonte
Ainda te vejo
Quem é ela que perfuma a passarela
Descendo a serra, é o meu tesouro!
A flor mais bela a estampar um pavilhão
Meu grande amor, Rosas de Ouro!
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