Publicado em 24 de julho de 2020 às 15:48
O leilão do 5G só deve ocorrer no próximo ano, mas as operadoras decidiram usar as redes em preparo para a nova tecnologia e lançar pacotes com serviços que simulam a velocidade da telefonia de quinta geração. >
Para embarcar nessa inovação, conhecida no setor como "sub-5G", o cliente terá de arcar com ao menos R$ 6.400 para adquirir um aparelho 5G atrelado a um plano de uma operadora (Claro, Vivo ou TIM). Para a Vivo, somente o aparelho, um modelo da Motorola, sai por quase R$ 10 mil.>
A Claro foi a primeira a lançar os planos. Na Vivo, líder do mercado, a previsão era que o 5G chegasse às principais capitais nesta sexta-feira (24). São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre estão entre elas.>
Nos planos individuais (entre R$ 150 e R$ 165), o aparelho sai, em média, por R$ 6.340, em parceria com aplicativos como Netflix, WhatsApp e Spotify.>
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Quem fizer a portabilidade também terá preços menores. Para os planos familiares, o desconto no aparelho é maior (sai por R$ 4.600), mas é preciso incluir até oito dependentes com uma franquia de dados de 500 MB.>
Para se ter ideia, um iPhone 11 4G de 128 MB de capacidade custa R$ 4.650 nas redes varejistas.>
A antecipação do 5G ocorre porque as teles vão usar as frequências do 4G (1,8 Ghz e 2,5 Ghz, por exemplo) para atender tanto clientes da quarta geração quanto os novos, de 5G.>
Inovações desse tipo são comuns no mercado de telefonia. Foi assim no passado, quando o 2G, que só permitia ligações, virou 2,5G. Naquela época, o serviço ficou conhecido como WAP e hoje é conhecido como a pré-história da navegação pelo celular, que, tecnicamente, só chegou com o 3G. Desta vez, ocorre algo parecido.>
Velocidade em dobro. O principal fornecedor do sub-5G será a Ericsson, que, por meio de um software, conseguiu fazer com que as antenas hoje em uso identifiquem aparelhos 4G e 5G. Quando o cliente acionar a rede, terá uma espécie de estrada só para ele, o que tornará sua navegação ao menos 100% maior do que no 4G.>
"Essa solução permite identificar em uma estrada 'carros 4G' e 'carros 5G' ao mesmo tempo", disse Paulo Berdanocki, diretor de soluções de rede da Ericsson. "Os 5G vão circular mais rápido. Mas, para atingir a velocidade máxima da nova tecnologia, só com o leilão das novas frequências, que, na prática, criarão estradas específicas para eles.">
Técnicos das operadoras afirmam que, com essa solução, será possível navegar com uma média de até 40 Mbps (megabits por segundo), o dobro da média máxima obtida atualmente pelas redes de quarta geração. O potencial, no entanto, é de até 1 Gbps (gigabit por segundo).>
Pelos testes realizados nas redes pelas operadoras, a latência -tempo que o telefone leva entre acessar um site e baixá-lo na tela- fica em média de 5 milissegundos, embora a promessa da solução seja de 1 milissegundo, que é o padrão mínimo do 5G.>
Por isso, os técnicos batizaram o serviço de 4,7 G e afirmam que, para oferecê-lo, as teles terão de escolher localidades que tenham ao menos 100 Mhz de frequência disponível. Caso contrário, estarão "queimando a largada" da experiência de navegação do 5G, porque a navegação será similar à do 4G.>
A Claro, que adquiriu a Nextel, é a que dispõe de mais frequências livres no momento e clientes de alto poder aquisitivo e alto padrão de consumo, alvo para a migração.>
A escolha da Ericsson como fornecedor não significa, no entanto, uma barreira para a líder chinesa Huawei quando ocorrer o leilão do 5G, previsto para o primeiro trimestre de 2021.>
No Reino Unido a fabricante foi banida por pressão dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump conduz uma disputa comercial com a China e a liderança global no 5G tornou-se uma questão estratégica para os americanos.>
No Brasil, o governo americano também faz pressão para inviabilizar os chineses.>
Para as teles, quando o leilão do 5G ocorrer, será preciso investir na troca de todos os equipamentos, inclusive os que terão a solução da Ericsson neste momento.>
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