Publicado em 27 de março de 2020 às 15:18
O senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, rejeitou a proposta do uso do fundo partidário ao combate ao coronavírus e vinculou a utilização dos R$ 2 bilhões do fundo eleitoral ao adiamento das eleições. >
O posicionamento do líder do governo foi apresentado na quinta-feira (26) no relatório da MP (Medida Provisória) 924/2020, que abre crédito extraordinário de R$ 5 bilhões para os Ministérios da Educação e da Saúde desenvolverem ações de combate ao Covid-19.>
Gomes, que era relator da proposta, aceitou parcialmente uma emenda do líder da Rede, senador Randolfe Rodrigues (AP), que pedia a autorização para o Poder Executivo a remanejar recursos dos Fundos Partidário e Eleitoral para injetar recursos na saúde e na economia.>
O Orçamento de 2020, além dos R$ 2 bilhões para o Fundo Eleitoral, reservou R$ 1 bilhão para os partidos gastarem na as despesas com atividades das legendas como contas de luz, água, aluguel das sedes e transporte.>
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Segundo o relator, somente se a evolução da pandemia no Brasil impeça as eleições municipais de outubro, o dinheiro deve ser bloqueado e usado para combater ao vírus, tratar os doentes e complementar a renda de pessoas prejudicadas pelo estado de calamidade.>
A decisão de Gomes vai contra da linha defendida nas redes sociais por apoiadores e filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).>
Na semana passada, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) chegou a protocolar um projeto autorizando a transferência do fundo eleitoral. Outros congressistas apoiadores do presidente, como Carla Zambelli (PSL-SP) e Sanderson (PSL-RS), fizeram propostas similares.>
Nas redes sociais, uma petição com 1,1 milhão de assinaturas também pede ao Congresso que transfira os recursos dos fundos ao combate à pandemia.>
Editada no dia 13 de março, a MP ainda teria que ser votada primeiro na CMO (Comissão Mista do Orçamento) e, depois, na Câmara e no Senado. Mas é possível que o relatório de Eduardo Gomes seja analisado diretamente nos Plenários das duas Casas.>
O jornal Folha de S.Paulo mostrou no último dia 20 que a crise provocada pelo coronavírus e a incerteza sobre a extensão e a duração da pandemia levaram congressistas a iniciar um movimento em defesa do adiamento das eleições municipais previstas para outubro de 2020.>
As eleições estão previstas para começar apenas no dia 16 de agosto, mas até lá parte do calendário eleitoral pode ser afetado.>
Dirigentes debatem a necessidade de achar uma saída jurídica para o caso de a crise se estender até o início das campanhas.>
Na segunda (23), a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitora), ministra Rosa Weber, em nota, afirmou que o adiamento da eleição é um "debate precoce". A hipótese havia sido defendida na véspera pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.>
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