Publicado em 8 de fevereiro de 2020 às 10:10
Os fenômenos astronômicos previstos para 2020 vão além da Superlua deste domingo (9). O calendário prevê eclipses tanto solares quanto lunares, conjunções e oposições planetárias, chuvas de meteoros e a ocultação de Marte, uma espécie de eclipse, na qual a Lua passará na frente do Planeta Vermelho. >
O primeiro deles está previsto para a madrugada entre 31 de março e 1º de abril, quando ocorrerá a conjunção de Marte com Saturno. Conjunção é simplesmente uma condição de posição; quem olha da Terra, tem a impressão que os planetas estão bem próximos, quase do lado um do outro, explica o coordenador do projeto Astro&Física do Instituto Federal de Santa Catarina e doutor em física pela Universidade Federal de Santa Catarina, professor Marcelo Schappo.>
No dia 20 de dezembro, outra conjunção atrairá, para o céu, os olhares dos apaixonados por astronomia. Essa é relativamente rara porque ocorre, mais ou menos, de 20 em 20 anos. Ela tem como protagonistas Júpiter e Saturno, dois planetas muito grandes do nosso Sistema Solar. Eles ficarão muito próximos. É bem legal acompanhar até por quem não tem telescópio, disse o astrônomo.>
Outro evento destacado por Schappo é o eclipse lunar penumbral que ocorrerá em 5 de junho. Esse não será visível no Brasil, mas exatamente um mês depois, no dia 5 de julho, está previsto outro eclipse lunar penumbral e esse poderá ser visto no país. >
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Segundo o professor, muitas pessoas confundem o eclipse lunar penumbral com o parcial. A diferença é que, no parcial, uma parte do disco da Lua entra na sombra da Terra. Já no penumbral, uma parte do disco da lua entra na penumbra da Terra, que é uma região mais iluminada do que a sombra. >
Então fica um pouco mais complicado perceber a olho nu quando o penumbral é pouco intenso. Esse penumbral de julho será de cerca de 40%, então talvez dê para acompanhar algum obscurecimento da face da Lua, acrescenta. >
Outro eclipse penumbral está previsto para o dia 30 de novembro. No Brasil, só veremos a parte inicial desse eclipse, porque a Lua estará se pondo quando ele começar. Quem estiver no Norte do país, em um lugar próximo da divisa a Oeste com os outros países da América do Sul, terá a chance de vê-lo por mais tempo, informou o pesquisador. >
Neste ano, teremos dois eclipses relacionados ao Sol. O do dia 21 de junho não será visível no Brasil. Esse será um eclipse muito bonito de se ver porque é o chamado anular. Ele ocorre quando a Lua entra na frente do Sol, mas não completa o obscurecimento dele. Fica um anel de luz e fogo ao redor do Sol. Será ótimo de ser visto em uma faixa do continente africano, diz Schappo. >
No dia 14 de dezembro haverá um eclipse solar total, que ocorre quando a Lua passa pela frente do Sol e obscurece completamente o disco solar. A faixa de observação da totalidade do eclipse será no Sul da América do Sul. Argentina e Chile serão os melhores locais para a observação, informa o astrônomo. >
No Brasil, esse eclipse será percebido de forma parcial, com a Lua escondendo apenas um pedaço do Sol. Quem estiver na Região Sul do país terá melhores condições de observar essa parcialidade, que ocultará de 60% a 70% do disco solar. >
Para quem estiver mais ao Norte, esse percentual será menor. Brasília, por exemplo, verá uma cobertura de cerca de 20%, completou o astrônomo que faz um alerta: É fundamental adotar alguns cuidados para ver eclipses solares. Jamais olhem diretamente para o Sol. >
Segundo ele, independentemente da parcialidade, o eclipse solar é algo perigoso de se olhar sem a devida proteção. >
Para fazer a observação, a possibilidade mais barata é ir a uma loja de construção ou de ferragens e procurar por um vidro de soldador, de tonalidade 14. Basta colocar o vidro na frente dos olhos para fazer a observação do Sol, tanto durante quanto fora do eclipse. >
Outra possibilidade citada por Schappo são as observações indiretas, por meio da projeção de uma sombra do eclipse em uma superfície. Isso pode ser feito com a ajuda de um físico ou de um observatório astronômico, caso haja na cidade. Em geral, esses profissionais sabem bem como montar esse sistema de observação indireto. >
No dia 9 de agosto, entre as 5h20 e as 6h20 (horário de Brasília), terá a chamada ocultação de Marte. "Essa é bem interessante. A Lua passará na frente do planeta Marte. É quase como se fosse um eclipse". >
Os fenômenos envolvendo os dois corpos celestes não param por aí. "Lua e Marte estarão praticamente coladinhos no dia 6 de setembro, por volta da 0h30", o que, segundo Schappo, também é um fenômeno interessante de ser visto. >
A madrugada entre 13 e 14 de dezembro terá outro evento astronômico bastante interessante: o ápice da chuva de meteoros chamada de chuva de Gemenídeas.Será a melhor chuva de meteoros do ano, com uma taxa de 150 meteoros a cada hora. >
Popularmente conhecido por estrelas cadentes, os meteoros poderão ser vistos com facilidade, principalmente a partir de lugares mais escuros. Basta olhar para o céu durante um longo período de tempo. O ideal é se afastar das luzes da cidade. A oportunidade estará associada a uma lua nova, que estará apenas 0,6% iluminada. Isso contribuirá muito para percebermos o fenômeno, completou o astrônomo. >
31 de março a 1º de abril: conjunção de Marte com Saturno >
5 de junho: eclipse lunar penumbral >
5 de julho: eclipse lunar penumbral >
14 de julho: Júpiter em oposição >
20 de julho: Saturno em oposição >
21 de julho: eclipse solar (anular) >
9 de agosto: ocultação de Marte >
30 de novembro: eclipse penumbral >
13 a 14 de dezembro: chuva de meteoros >
14 de dezembro: eclipse solar total >
20 de dezembro: conjunção entre Júpiter e Saturno >
Com informações da Agência Brasil>
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