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PSB decide não apoiar Lira, mas sem punição a quem votar no candidato de Bolsonaro

PSB decide não apoiar Lira, mas sem punição a quem votar no candidato de Bolsonaro

A resolução que orienta a bancada a não apoiar candidatos que representem o Palácio do Planalto foi aprovada por unanimidade pelos presentes na hora da votação

Publicado em 12 de dezembro de 2020 às 12:05

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Deputado Arthur Lira (PP-AL) é um dos aliados do presidente Jair Bolsonaro na Câmara
PSB decide não apoiar a candidatura do deputado Arthur Lira (PP-AL) . (Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados)

Por 80 votos a 0, o diretório nacional do PSB decidiu nesta sexta-feira (11) orientar sua bancada a não apoiar a candidatura do deputado Arthur Lira (PP-AL) ou de qualquer nome respaldado pelo governo Jair Bolsonaro à presidência da Câmara dos Deputados.

O partido realizou reunião virtual com a participação de mais de 100 membros. A resolução que orienta a bancada a não apoiar candidatos que representem o Palácio do Planalto foi aprovada por unanimidade pelos presentes na hora da votação.

O PSB citou especificamente Lira como exemplo de candidato governista à sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) no comando da Câmara, mas ressalvou que a orientação valeria para qualquer outro nome apoiado pelo presidente Bolsonaro.

Apesar da resolução, a orientação não impede que um deputado dê um voto pessoal em Lira. Caso isso aconteça, não há nenhum tipo de punição prevista, por não se tratar de fechamento de questão.

"A principal contradição que vivemos hoje no país é entre a democracia e o autoritarismo", afirmou Carlos Siqueira, presidente do PSB.

Para o líder do PSB na Câmara, deputado Alessandro Molon (RJ), a decisão do partido não poderia ser diferente. "Partido de oposição não pode apoiar candidato do governo. É preciso preservar a independência da Câmara e proteger o Brasil de Bolsonaro", afirmou.

Também nesta sexta, o diretório nacional do PT decidiu não emitir opinião sobre a disputa e afirmou que vai buscar construir unidade com os partidos de oposição na eleição da Câmara e do Senado.

O partido diz que buscará compromisso "com uma agenda mínima contra retrocessos no campo dos direitos e da pauta econômica para o país" e "cumprimento da proporcionalidade entre os partidos" na mesa diretora, nas comissões nas Casas do Congresso e nas relatorias das matérias legislativas.

Segundo o PT, a Comissão Executiva Nacional será convocada com as bancadas "quando houver necessidade de deliberação sobre o tema".

A decisão do PSB ocorre em um contexto em que tanto Maia quanto Lira buscam o apoio da oposição para vencer as eleições marcadas para 1º de fevereiro de 2021.

As articulações se intensificaram nesta semana depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) impedir que Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), concorram à reeleição.

O grupo de Maia ainda não anunciou um nome, mas se ancora num bloco formado por seis partidos (PSL, MDB, PSDB, DEM, Cidadania e PV). Integrantes dessa ala já reclamam da indefinição e citam divergências internas.

Lira lançou sua candidatura na última quarta (9). Ele é líder do PP na Câmara e também do centrão ?grupo de partidos que se aproximou do governo Bolsonaro após a liberação de cargos e emendas.

Além do PP, a campanha de Lira afirma ter votos de PL, PSD, Solidariedade, Avante, PSC, PTB, PROS e Patriota. Esse bloco soma cerca de 170 deputados.

A oposição, cobiçada por Lira e Maia, tem cerca de 130 votos. Por ora, PDT e PC do B estão divididos e podem dar votos ao candidato do PP.

O voto é secreto. Por isso, a adesão de partidos a blocos não significa a garantia de votos. São necessários 257 do total de 513 para eleger quem comandará os deputados pelos próximos dois anos.

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