Publicado em 13 de agosto de 2020 às 20:20
O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz, vai voltar para a cadeia. Ele está em prisão domiciliar desde o dia 9 de julho, quando o presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, concedeu o benefício a ele e à esposa, Márcia Aguiar, que estava foragida.>
Nesta quinta-feira (13), no entanto, o ministro Felix Fischer, também do STJ, revogou a ordem. A decisão de Noronha ocorreu durante um plantão, no recesso do Tribunal, mas é Fischer o relator do caso. >
De acordo com a TV Globo, Fischer atendeu a um pedido do subprocurador-geral da República Roberto Luís Oppermann Thomé. Segundo o procurador, há uma série de elementos que justificam a prisão de Queiroz em regime fechado: >
- Ilações e suposições não é bem o que se mostra quando se verificam indícios de influência e contatos do ora paciente Fabrício José Carlos de Queiroz com milicianos, sendo instado a resolver problemas como o de sócio de outro investigado que mostra mensagens com ameaças de "enforcado com línguas";>
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- Ligações de familiares com alusão a seu poder de influência mesmo de dentro da cadeia; declarações de endereço e hospedagem falaciosos;>
- Desaparecimento a ponto de virar meme o mote "Onde está o Queiroz?";>
- O fato de a mulher, Márcia Aguiar, ter ficado foragida;>
- Estranhas contabilidade e movimentações bancárias, relacionamentos familiares simultâneos com exercício de cargos públicos comissionados, patrimônio a descoberto;>
Queiroz foi preso na casa do advogado de Flávio Bolsonaro, em Atibaia, em São Paulo, no dia 18 de junho. Ele não estava foragido, mas o paradeiro dele não era conhecido. >
Márcia Aguiar, contra quem também havia um mandado de prisão, não foi encontrada. Ela ainda era procurada pela polícia quando recebeu o benefício da prisão domiciliar. Agora, também terá que ir para a cadeia.>
O ex-assessor parlamentar é suspeito de ser o operador financeiro de um esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio quando este era deputado estadual.>
Boa parte dos salários dos funcionários do gabinete, pagos com dinheiro público, era depositada na conta de Queiroz. Até familiares dele, como filhas, eram empregadas na Assembleia Legislativa e faziam repasses. O Ministério Público do Rio de Janeiro também apurou que o então assessor pagava despesas pessoais de Flávio. >
O senador diz, no entanto, que as contas eram quitadas com dinheiro dele, Flávio, mesmo. E a defesa de Queiroz alega que as filhas e a esposa davam a ele a maior parte do salário porque era ele que centralizava a organização financeira da casa.>
Movimentações financeiras demonstram, no entanto, que assim que supostamente houve o vazamento de que haveria uma investigação sobre as transações suspeitas, a filha de Queiroz interrompeu os repasses.>
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