Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 10:25
O Ministério da Saúde mudou ontem sua previsão para o início da vacinação contra a Covid-19 e agora prevê começar a campanha de imunização no fim de fevereiro. Segundo a pasta, as primeiras 8,5 milhões de doses da empresa americana Pfizer, de uma compra de 70 milhões, devem chegar ao país no primeiro semestre. Com o primeiro lote, será possível vacinar pouco mais de 4 milhões de pessoas. A farmacêutica americana disse que a empresa pedirá uso emergencial do produto na Anvisa. >
A nova data veio após a apresentação de um esboço de plano nacional de imunização, divulgado na última semana, que previa o começo da vacinação em março. Idosos com 75 anos ou mais, profissionais de saúde e indígenas serão os primeiros a receber as doses. Esse grupo tem 14 milhões de pessoas. >
Para as quatro primeiras fases da campanha de vacinação, originalmente previstas para o período que iria até dezembro, o ministério estima imunizar cerca de 51 milhões de brasileiros. Não há definição ainda de como será a vacinação do restante da população.>
A informação sobre a compra das vacinas da Pfizer foi dada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em uma reunião com os governadores ontem. Segundo fontes que acompanham o encontro virtual, ele repetiu que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem acordos para receber 300 milhões de doses em 2021, sendo 260 milhões de Oxford/AstraZeneca e mais cerca de 40 milhões obtidas por meio do consórcio Covax Facility. As vacinas devem ser aplicadas em duas doses. >
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Na reunião, Pazuello disse que foi feito um memorando de entendimento com o Butantã, responsável pela vacina Coronavac, e com a Pfizer. Segundo ele, a compra dessas vacinas ainda depende do registro dos produtos na Anvisa.>
O ministro disse acreditar que o registro definitivo da vacina da AstraZeneca deve ser concedido no fim de fevereiro pela Anvisa. Para isso, ele estimou que a farmacêutica entregará estudos de "fase 3" no fim de dezembro e a Anvisa levará até 60 dias para a sua análise. Pesquisadores responsáveis pelo estudo dessa vacina já reconheceram erros nos testes iniciais e a necessidade de ampliar ensaios clínicos para medir a eficácia, o que pode atrasar o registro.>
Na segunda-feira, o governador de São Paulo, João Doria, havia anunciado que começaria a vacinar a população do Estado em 25 de janeiro. O cronograma foi apresentado mesmo antes de os estudos finais sobre a Coronavac terem sido apresentados, etapa fundamental para o imunizante seja autorizado no país. Essa vacina é desenvolvida pelo Instituto Butantã em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.>
O presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, disse ontem que a empresa pedirá o uso emergencial de vacinas à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Murillo disse que a imunização poderia começar logo após o produto ser liberado. As primeiras doses do imunizante chegam ao Brasil em janeiro. >
"Estamos trabalhando para começar a vacinar quase imediatamente depois de receber uso emergencial da Anvisa", disse Murillo em audiência na Câmara dos Deputados. Ele lembrou que o Reino Unido autorizou o uso emergencial na última semana e ontem começou a aplicação das doses. >
Segundo o representante da farmacêutica, cerca de 2 milhões de pessoas podem ser vacinadas no primeiro trimestre após o começo da entrega das vacinas. Murillo disse aos deputados que ainda precisa saber do Ministério da Saúde o público-alvo e as cidades que poderiam receber as doses da Pfizer. Trata-se de informações que serão avaliadas pela Anvisa antes de permitir o uso emergencial.>
O imunizante exige temperatura de armazenamento de -70°C . A Pfizer diz ter um plano para transporte e armazenamento das doses pelo SUS - uma embalagem para cerca de 5 mil doses, com temperatura controlada, que usa gelo seco.>
A vacina duraria 30 dias nessa temperatura. Depois, poderia ficar até 5 dias em refrigeradores comuns, de 2 °C a 8 °C, que são tradicionalmente usados em postos de saúde. Segundo a empresa, as seringas e agulhas exigidas pela vacina são do mesmo tipo que o SUS já utiliza. >
"A oferta da Pfizer é entregar (a embalagem para armazenamento) em cada centro (de vacinação)", disse Murillo. Ele não disse qual o valor que é negociado com o país.>
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