Publicado em 25 de outubro de 2019 às 07:26
Depois de o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, insinuar que um navio do Greenpeace poderia ter alguma relação com o vazamento de óleo no Nordeste, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, cobrou explicações e disse que Salles fez "uma ilação desnecessária". >
No início da tarde, Salles, pelo Twitter, postou uma insinuação contra a ONG sem apresentar nenhuma prova. "Tem umas coincidências na vida né... Parece que o navio do #greenpixe estava justamente navegando em águas internacionais, em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano...">
O Greenpeace negou e anunciou que vai acionar Salles na Justiça por suas declarações. Na sequência, Maia postou também na rede social: "Estamos esperando uma posição oficial do Ministério do Meio Ambiente". Salles respondeu dizendo: "O navio do Greenpeace confirma que navegou pela costa do Brasil na época do aparecimento do óleo venezuelano, e assim como seus membros em terra, não se prontificou a ajudar".>
Maia voltou a questioná-lo: "Ministro, obrigado pela resposta, mas o seu tuíte faz uma ilação desnecessária.">
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Logo após as afirmações do ministro, o Greenpeace respondeu por meio de nota: "Enquanto o óleo continua atingindo as praias do Nordeste, o ministro Ricardo Salles nos ataca insinuando que seríamos os responsáveis por tal desastre ecológico". E continuou:>
"Trata-se, mais uma vez, de uma mentira para criar uma cortina de fumaça na tentativa de esconder a incapacidade de Salles em lidar com a situação", declarou a organização.>
O Greenpeace afirmou ainda que seu navio Esperanza faz parte de uma campanha internacional chamada "Proteja os Oceanos", que saiu do Ártico e vai até a Antártida ao longo de um ano, denunciando as ameaças aos mares. >
A embarcação, diz a ONG, passou pela Guiana Francesa entre agosto e setembro, onde realizou uma expedição de documentação e pesquisa do recife conhecido como Corais da Amazônia, com o propósito de lutar pela proteção dos oceanos e contra a exploração de petróleo em locais sensíveis para a biodiversidade marinha. No momento, segundo a organização, o navio está atracado em Montevidéu, no Uruguai.>
Salles já havia batido boca pelo Twitter com o governador da Bahia, Rui Costa (PT), no final da semana passada. Começou com Costa postando um informe de ações adotadas, no qual ele cobrou a presença do governo federal. "Precisamos de um posicionamento e de resoluções do Governo Federal, através da Marinha e do IBAMA, que são os responsáveis pelo cuidado com o oceano, mas continuam em silêncio", escreveu.>
Na manhã deste sábado, Salles respondeu dizendo que esteve "pessoalmente" na Bahia com equipes federais, mas que não teria visto "ninguém do governo estadual".>
No fim da tarde, o governador rebateu o ministro. "De helicóptero realmente não tinha como ver. Fazer foto e dizer que trabalhou é muito fácil. Deixe de fazer política e trabalhe", escreveu. Costa também cobrou informações sobre as manchas. "O senhor já sabe o q causou esse gravíssimo acidente ambiental?" Por fim, o governador fez insinuação de que havia preconceito contra o Nordeste. "Além de nada, o que o senhor fez? Não quero acreditar em preconceito contra o Nordeste", escreveu.>
Também no fim de semana, Salles ironizou uma ação do Greenpeace com um vídeo editado.>
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