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Lava Jato avalia recorrer da decisão que deu Lula acesso à Operação Spoofing

Lava Jato avalia recorrer da decisão que deu Lula acesso à Operação Spoofing

Integrantes para ingressarem como assistentes de acusação na ação Operação que  investigação que mira grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades.

Publicado em 25 de janeiro de 2021 às 17:35- Atualizado há 3 anos

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Brasil, Curitiba, PR, 14/09/2016. O procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação-Lava Jato, concede entrevista coletiva para falar sobre o oferecimento de denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público Federal (MPF), em Curitiba.
O procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação-Lava Jato. (Geraldo Bubniak/Estadão)

Sete procuradores da República, ex-integrantes e atuais membros da força-tarefa da Lava Jato, pediram na sexta (22), para ingressarem como assistentes de acusação na ação penal da Operação Spoofing - investigação que mira grupo de hackers que invadiu celulares de autoridades. O grupo que quer participar do processo que tramita junto à 10ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal inclui Januário Paludo, Laura Gonçalves Tessler, Orlando Martello Júnior, Júlio Carlos Motta, Paulo Roberto Galvão de Carvalho, Athayde Ribeiro Costa e o ex-chefe da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol.

A reportagem do Estadão apurou que o objetivo dos procuradores é recorrer da decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que garantiu à defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acesso à íntegra do material apreendido na Spoofing. Segundo Lewandowski, os arquivos apreendidos no âmbito das investigações somam cerca de 7 TB de memória.

Uma vez habilitados nos autos, a estratégia dos procuradores, representados pelos advogados Marcelo Knopfelmacher e Felipe Locke Cavalcanti, seria tentar impedir o uso de dados do processo por terceiros que não foram vítimas dos hackers. Consultados pela reportagem, Knopfelmacher e Cavalcanti não comentaram.

Os procuradores também avaliam, se Lewandowski não revogar a autorização ao petista, pleitear que o caso seja submetido ao crivo do Plenário do Supremo. A premissa central da contraofensiva dos procuradores é que Lula não foi vítima dos hackers - o ex-presidente não teve seu celular bisbilhotado por Walter Delgatti Neto, o 'Vermelho', e seu grupo. Nessa linha, sustentam que o petista não teria legitimidade para conhecer o que há nos autos.

Investigadores ouvidos pelo Estadão acreditam que Lula vai utilizar o material para turbinar a ação em que acusa o ex-juiz Sérgio Moro de agir com parcialidade ao condená-lo no caso do tríplex do Guarujá, levando ao STF indícios de que o magistrado e os procuradores mantiveram contatos fora dos autos que podem contaminar a operação. A análise do caso ainda não foi concluída pela Segunda Turma da Corte.

Ao analisar um pedido da defesa de Lula sobre uma ação da Lava Jato no ano passado, Lewandowski e o ministro Gilmar Mendes atacaram a atuação de Moro à frente da Justiça Federal em Curitiba. Expoentes da ala do Supremo mais crítica à operação, os dois magistrados indicaram voto para declarar a suspeição do ex-juiz ao condenar o petista.

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