Publicado em 27 de novembro de 2025 às 09:41
A Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter o traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, 55, por mais três anos no sistema de presídios federal. O pedido havia sido feito pela Secretaria de Estado de Administração Penal do Rio de Janeiro e foi aceito pela Vara de Execuções Penais.
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O pai do rapper Oruam é, segundo a Justiça, líder do Comando Vermelho e é considerado de alta periculosidade. Ele foi preso em setembro de 1996 sob acusação de comandar o tráfico no Complexo do Alemão, na zona norte, e possui condenações que somam 55 anos e oito meses de reclusão.>
Marcinho VP foi transferido para um presídio de segurança máxima em janeiro de 2007. Atualmente, cumpre pena no presídio federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Na decisão, a Justiça afirma que a manutenção do traficante no sistema federal contribui para a continuidade do combate ao crime organizado no Rio.>
"A transferência do apenado para fora dos limites do estado do Rio de Janeiro é obstáculo tanto a orquestrações de crimes, como ao fluxo de comunicações entre tais líderes e seus comandados, no que tange à transmissão de ordens ilícitas, aí englobados os noticiados atos violentos extramuros, o que viabiliza a continuidade da política de segurança pública de combate ao crime organizado implementada pelas autoridades fluminenses", diz trecho da decisão.>
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A Operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, reduto de Marcinho VP, é citada pela Justiça. Segundo avaliação da Vara de Execuções Penais, o retorno dele ao estado poderia desestabilizar o esforço do poder público "no resgate da paz social e enfrentamento ao crime organizado".>
Outro trecho da decisão destaca o histórico de transgressões de Marcinho VP nos períodos de prisão em unidades estadual e federal. "Márcio Santos Nepomuceno possui histórico prisional conturbado", diz o documento. "No sistema penitenciário fluminense registra 15 transgressões disciplinares. Destas, 10 foram transgressões de natureza grave".>
Uma delas, segundo a Justiça, foi uma rebelião ocorrida em 2002 no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio. Outra foi uma agressão a outro preso. A defesa de Marcinho pediu a volta ao Rio de Janeiro e alegou que ele cumpre pena em presídio federal há 18 anos ininterruptos. Disse também que não há fato novo na solicitação para que ele continue no sistema penitenciário federal.>
De acordo com a defesa, "não há liderança ativa, inexistem registros de faltas disciplinares e o apenado se dedica à leitura e produção literária, inclusive com obras publicadas". Além de Oruam, Marcinho tem outros cinco filhos. O fato deles morarem no Rio também é citado pela defesa, assim como a mulher, a mãe, irmãos e tios.>
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