Publicado em 31 de maio de 2022 às 11:03
BO governo Jair Bolsonaro (PL) demitiu nesta terça-feira (31) dois integrantes da cúpula da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Jean Coelho, diretor-executivo da corporação, e Allan da Mota Rebello, diretor de inteligência. As saídas foram publicadas no Diário Oficial da União e ocorrem na esteira do desgaste com o caso da morte de Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado em uma viatura da PRF, e da operação em uma comunidade do Rio de Janeiro, em que ao menos 23 pessoas morreram.>
Integrantes da PRF e do Ministério da Justiça e Segurança Pública, contudo, dizem que as dispensas estavam prevista há mais de um mês e ocorrem a pedido dos dois dirigentes, que devem realizar um curso fora do país. Segundo as autoridades, os pedidos de demissão já haviam chegado na pasta no último dia 17.>
A morte de Genivaldo Santos em Sergipe e a operação policial na Vila Cruzeiro mobilizaram a opinião pública, mas têm sido minimizados no governo federal. A PRF é muito próxima de Bolsonaro, que já chegou a acenar para um aumento salarial mais privilegiado a eles e ao Depen (Departamento Penitenciário Nacional). A categoria faz parte da base eleitoral do mandatário, que busca se reeleger neste ano e está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.>
Na segunda-feira (30), Bolsonaro, criticou o cobertura da imprensa no episódio Genivaldo. "Não podemos generalizar tudo que acontece no nosso Brasil. A PRF faz um trabalho excepcional para todos nós [...] A Justiça vai decidir esse caso. Tenho certeza que será feita a Justiça todos nós queremos isso aí. Sem exageros e sem pressão por parte da mídia que sempre tem lado, o lado da bandidagem", disse no Recife.>
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Genivaldo tinha 38 anos e tinha esquizofrenia. Ele foi morto na última quarta-feira (25) após policiais soltarem uma bomba de gás dentro do porta-malas da viatura em que foi colocado após abordagem em Umbaúba (SE). Ele havia sido detido por trafegar de moto sem capacete.>
Três dias depois, diante da repercussão na opinião pública, a PRF publicou um vídeo em que afirma que a ação foi uma conduta isolada. A corporação promete que vai aperfeiçoar os padrões de abordagem. No comunicado, gravado em vídeo, o coordenador-geral de comunicação institucional da PRF, policial Marco Territo, diz que a corporação teria assistido com indignação às imagens em que Genivaldo é asfixiado por gás enquanto é mantido preso numa viatura pelos agentes.>
Já no episódio da Vila Cruzeiro, na zona norte fluminense, a PRF atuou na operação coordenada pela Polícia Militar que culminou com a morte de ao menos 23 pessoas, a segunda mais letal da história do estado.>
A atuação da PRF entrou na mira do Ministério Público Federal. Durante os preparativos internos da operação, a justificativa era apenas o cumprimento de mandado de prisão de traficantes do Comando Vermelho, facção criminosa que atua na favela. Após as mortes, a corporação passou a mencionar também a atuação do grupo em crimes em rodovias.>
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