Publicado em 30 de outubro de 2019 às 12:19
A ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge afirmou que a menção ao presidente Jair Bolsonaro na investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) deve fazer o caso ser levado ao STF (Supremo Tribunal Federal).>
Dodge afirmou ainda que é preciso aprofundar a investigação desse ponto e que caberá ao STF determinar se há indícios para que Bolsonaro seja processado.>
"Toda vez que há uma autoridade com foro por prerrogativa de função referida, ainda que não haja nenhuma evidência contra ela, os casos costumam ser remetidos ao foro competente. E imagino que deva acontecer igualmente nesse caso", disse a jornalistas.>
"Esse tribunal [STF, no caso de Bolsonaro] dirá se os indícios são fortes realmente ou não para manter o processamento naquele juízo", completou.>
>
Dodge participou nesta quarta (30) do evento Summit Brasil, organizado pelo jornal Estado de S. Paulo.>
Segundo reportagem do Jornal Nacional, o ex-policial militar Élcio Queiroz, suspeito de envolvimento no assassinato de Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes em março de 2018, disse na portaria que iria à casa de Bolsonaro, na época deputado federal, no dia do crime.>
Os registros de presença da Câmara dos Deputados, no entanto, mostram que Bolsonaro estava em Brasília nesse dia.>
Segundo o depoimento do porteiro à Polícia Civil do Rio de Janeiro, o suspeito pediu para ir na casa de Bolsonaro e um homem com a mesma voz do presidente atendeu o interfone e autorizou a entrada. O acusado, no entanto, teria ido a outra casa dentro do condomínio.>
"Estou conversando com o ministro da Justiça o que pode ser feito para tomar via PF o depoimento desse porteiro", disse Bolsonaro nesta quarta (30), em Riad (Arábia Saudita). "De modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo como mentor [do assassinato de Marielle] seja enterrado de vez".>
Para o presidente, o porteiro se equivocou ou acabou assinando o que o delegado escreveu. Ele afirmou ainda que deve ser uma pessoa "humilde", que está sendo "usada" pelo delegado a mando do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta