Publicado em 14 de março de 2020 às 22:56
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), vai publicar na segunda-feira (16) dois atos dispensando senadores e servidores com mais 65 anos por causa da pandemia coronavírus.>
A medida foi tomada depois que o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), 58, testou positivo. Idosos são considerados grupo de risco para a covid-19. Trinta e oito dos 81 senadores (47%) têm 60 anos ou mais. Vinte e seis senadores --um terço do total-- têm 65 ou mais.>
A letalidade da doença é de 3,6% para pacientes entre 60 e 69 anos e chega a 14,8% para quem tem mais de 80. Dois senadores da atual legislatura têm mais de 80 anos --Arolde de Oliveira (PSD-RJ) tem 83 anos e José Maranhão (MDB-PB), 86.>
Trad viajou para os Estados Unidos no fim de semana passado na comitiva do presidente Jair Bolsonaro, grupo no qual há outros dois casos confirmados de coronavírus já confirmados.>
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Pelo ato que será publicado, ficam consideradas justificadas as ausências às reuniões de comissões e sessões plenárias de senadores com idade superior a 65 anos, gestantes, imunodeprimidos ou portadores de doenças crônicas que compõem risco de aumento de mortalidade por covid-19.>
O documento também estabelece que pessoas credenciadas, como jornalistas e assessores, não terão mais acesso ao cafezinho dos senadores, anexo ao plenário do Senado.>
O texto diz ainda que haverá apenas sessões de votação tanto nas comissões como no plenário. O ato não menciona sessões de audiências públicas ou de depoimentos.>
Servidores do grupo de risco farão teletrabalho, também conhecido como home office, de acordo com um segundo ato a ser publicado na segunda-feira.>
Para os demais servidores e colaboradores fica suspensa a obrigatoriedade de registro eletrônico de frequência, devendo, quando possível, ser utilizada a modalidade de teletrabalho.>
Aposentados e pensionistas do Senado não precisarão fazer recadastramento com prova de vida.>
Este segundo ato também altera uma prática que o Senado vinha adotando e autorizada a utilização de copos descartáveis em todas as unidades administrativas da Casa.>
Por iniciativa própria, alguns parlamentares já determinaram teletrabalho em seus gabinetes.>
O Senado já havia restringido a circulação em suas dependências. Na Casa circulam, por dia, em média, 11 mil pessoas, entre parlamentares visitantes, servidores, terceirizados, estagiários e menores aprendizes.>
Senadores têm procurado o presidente Davi Alcolumbre cobrando dele uma medida mais drástica, como a suspensão temporária das atividades do Congresso.>
"Acho temerário manter as sessões até o dia 30 desse mês, período considerado o mais crítico", diz o senador Angelo Coronel (PSD-BA).>
Por precaução, ele fez o teste de coronavírus e aguarda o resultado do exame. O parlamentar reclamou do valor que teve que pagar pelo atendimento em Brasília>
"O governo precisa agir para tornar o exame para testar acessível à grande maioria povo brasileiro. Fiz hoje e paguei R$ 1.460", afirmou.>
Alcolumbre, porém, tem sido cauteloso para determinar a suspensão total dos trabalhos porque a medida comprometeria a tramitação de projetos importantes da agenda econômica, como a PEC Emergencial, proposta de emenda à constituição que prevê iniciativas para controlar gastos obrigatórios do governo federal, de estados e municípios.>
Dos projetos prioritários elencados pelo ministro Paulo Guedes (Economia), a PEC é a que, aprovada, terá efeito mais imediato.>
A previsão é que o relatório que altera o texto original da PEC seja apresentado na próxima semana e votado no dia 25 na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).>
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