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Congresso mantém veto que impede recriação de propaganda partidária na TV

Congresso mantém veto que impede recriação de propaganda partidária na TV

Senadores favoráveis à derrubada não conseguiram número suficiente de votos e foram derrotados

Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 11:03

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Congresso, votação da previdência. (Roque de Sá)

O Senado não conseguiu cumprir o acordo que havia feito com a Câmara e manteve, nesta terça-feira (3), veto do presidente Jair Bolsonaro ao dispositivo que recriava a propaganda partidária em rádio e televisão.

Extinta em 2017 para a criação do fundo eleitoral, que injeta recursos públicos nas campanhas, a propaganda partidária havia sido recriada pelos parlamentares.

Bolsonaro vetou todos os pontos que tratam desse assunto sob a justificativa de que, ao assegurar o acesso gratuito a tempo de rádio e TV, a proposta aumenta a renúncia fiscal e, consequentemente, majora a despesa pública sem o cancelamento equivalente de outra despesa obrigatória.

Além disso, o governo afirma que a propositura do Legislativo não traz estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Em sessão conjunta, a Câmara derrubou o veto por 277 votos a 155. O Senado, no entanto, não conseguiu os 41 votos contrários de que precisava para derrubar o veto. Foram 21 votos a favor e apenas 39 contra.

Senadores alegaram que muitos colegas que queriam derrubar o veto não compareceram à sessão por estarem cumprindo agendas em seus estados.

Diante da impossibilidade de se manter o acordo de derrubada dos vetos, diversos partidos entraram em obstrução e derrubaram a sessão.

Assim, o Congresso só apreciará o restante dos vetos na sessão do dia 17 de dezembro, cinco dias antes do prazo final dos trabalhos do Legislativo.

Outro ponto vetado é o que permite o uso do fundo partidário para pagamento de juros, multas, débitos eleitorais e demais sanções aplicadas por infração à legislação eleitoral ou partidária.

Para o Planalto, a proposta ofende o interesse público por utilizar o fundo para a defesa de interesses privados dos partidos, "desvirtuando a utilização dos recursos destinados ao atendimento das finalidades essenciais da agremiação política, como instrumento de efetivação do sistema democrático".

Também será apreciado o veto ao trecho que estendia até a data da posse o prazo para aferição das condições de elegibilidade dos candidatos, o que atualmente ocorre no momento de pedido de registro da candidatura.

O governo diz que este dispositivo gera insegurança jurídica para a atuação da Justiça Eleitoral.

Na semana passada, os parlamentares já derrubaram sete dispositivos que o presidente havia vetado na minirreforma eleitoral. Apenas um item foi mantido.

Entre os trechos retomados na sessão passada está a permissão para uso do fundo partidário para gastos com passagens aéreas, independentemente de filiação partidária, para eventos relacionados à legenda, como congressos, convenções ou palestras.

Também foi derrubado o veto ao trecho que trata da regra sobre a composição do valor do fundo eleitoral usado para financiar campanhas. O valor final será definido na votação do projeto de Orçamento da União para 2022.

O único veto mantido na semana passada foi ao trecho que permitia aos partidos políticos prestar contas por qualquer sistema de contabilidade disponível no mercado.

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Para 17 de dezembro, também está prevista a apreciação de veto a uma propositura que dava preferência na ordem de pagamentos à indenização a marisqueiras impossibilitadas de trabalhar por causa de desastres ambientais. Na pauta do mesmo dia está o Orçamento-2020.

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