Publicado em 20 de setembro de 2020 às 12:28
O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente da República, atacou nas suas redes sociais com expressões de baixo calão a divulgação do seu depoimento à Polícia Federal, no âmbito do inquérito que investiga os atos antidemocráticos. >
A Folha de S.Paulo revelou na quinta-feira (17) o depoimento de Carlos, prestado na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Na ocasião, o chamado filho 02 de Bolsonaro disse não ser "covarde ou canalha a ponto de utilizar robôs e omitir essa informação".>
No dia seguinte, a Folha também mostrou que os assessores especiais da Presidência apontados como integrantes do "gabinete do ódio" disseram em depoimento que se reuniram com Carlos. O encontro aconteceu horas antes de serem interrogados no inquérito a respeito dos atos antidemocráticos.>
Os encontros, segundo Tércio Tomaz Arnaud e José Matheus Sales Gomes, ocorreram na manhã da sexta-feira (11). À tarde, os dois foram ouvidos pelos investigadores.>
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"Atos antidemocráticos são meus ovos na goela de quem inventou isso! Milhares vão às ruas espontaneamente e devido à meia dúzia esculhambam toda a democracia. Tentam qualificar a vontade popular como algo temerário", escreveu Carlos, na manhã deste domingo (20).>
"Depoimentos sigilosos vazados ilegalmente mais uma vez para manter uma narrativa de desgaste diário. A biografia e os bilhões de reais perdidos fazem isso com a vontade de uma nação! PQP", completou.>
O vereador pela cidade do Rio de Janeiro também afirmou que a situação configurava um "absurdo" e acusou que outros atos violentos e que resultam em depredação do patrimônio público são ignorados. Sem citar nomes nem provas, disse que os outros atos são apoiados por congressistas.>
O inquérito que investiga a organização de atos antidemocráticos foi instaurado em abril por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.>
As operações realizadas pela Polícia Federal no âmbito do inquérito tiveram como alvo congressistas ligados ao presidente Bolsonaro e militantes bolsonaristas.>
Em junho, entre os alvos, estava Luís Felipe Belmonte, segundo-vice-presidente da Aliança pelo Brasil e um dos principais financiadores do novo partido de Bolsonaro.>
A relação de atingidos pela ação autorizada por Moraes mistura ainda investigados em outro inquérito da corte, o das fake news, como o blogueiro Allan dos Santos.>
O jornal O Estado de S. Paulo divulgou neste sábado (19) que Santos disse por mensagem a um assessor do presidente que as Forças Armadas "precisam entrar urgentemente".>
A mensagem teria sido enviada em 31 de maio pelo aplicativo de mensagens WhatsApp um dia após protesto contra o governo, promovido por um grupo denominado "antifascistas".>
O conteúdo foi usado para confrontar o chefe da Ajudância de Ordem da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, em depoimento também no âmbito do inquérito que investiga os atos antidemocráticos.>
O militar disse no depoimento, no dia 11, que não se lembrava da conversa com Santos sobre uma possível intervenção das Forças Armadas.>
Em outra mensagem usada para confrontar o tenente-coronel, datada do dia 20 de abril, o blogueiro já teria sugerido a "necessidade de intervenção militar", de acordo com a PF.>
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